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Produtor do filme contra Islã se esconde com família

Os familiares de Nakoula esconderam os rostos ao sair de casa, em meio ao assédio da imprensa diante da residência do produtor do filme

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2012 às 21h49.

Washington - A família do produtor de "A Inocência dos Muçulmanos" está escondida com Nakoula Basselet Nakoula, o homem que revoltou o Islã com o filme que ofende diretamente o profeta Maomé, informou a polícia.

Nakoula, condenado em junho de 2010 a 21 meses de prisão por fraude, foi visto pela última vez no sábado, quando prestou depoimento na polícia.

Na manhã desta segunda-feira, funcionários do departamento do sheriff do condado de Cerrito, na região de Los Angeles, escoltaram quatro membros da família de Nakoula em veículos sem identificação até um local não revelado, onde já estava o produtor do filme.

Os familiares de Nakoula esconderam os rostos ao sair de casa, em meio ao assédio da imprensa diante da residência do produtor do filme que chama Maomé de homossexual e assassino.

"Decidiram que ficariam mais seguros onde pudessem sair e viver uma vida normal", disse Steve Whitmore, porta-voz do departamento do sheriff, à ABC News.


"Tudo o que fizemos foi pegá-los e levá-los para o local onde está Nakoula (...). O que me disseram é que no momento e no futuro imediato, talvez nas próximas semanas ou meses, não voltarão para casa".

Nakoula passou um ano na prisão e está em liberdade condicional por fraude bancária, e compareceu à delegacia no sábado passado para depor sobre uma eventual violação dos termos da condicional ligada à divulgação do filme e ao uso da Internet.

Um dos atores de "A Inocência dos Muçulmanos" disse nesta segunda-feira que a mensagem ofensiva ao Islã no filme foi ocultada do elenco e da equipe de filmagem.

A atriz Lily Dionne revelou à CNN que Nakoula tinha o controle total do projeto: "Ele sabia o que fazia e nos manipulou o tempo todo".

Outra atriz, Anna Gurji, acreditava se tratar de um filme sobre tribos do deserto disputando um cometa que caiu. "Um ano depois, o nome mudou, foi modificado drasticamente e se transformou em um filme anti-islâmico".

O clérigo salafista egípcio Ahmad Fuad Ashush emitiu neste final de semana uma "fatwa" (decreto islâmico) contra o elenco e a equipe de produção de "A Inocência dos Muçulmanos", em mensagem aos foros "jihadistas" da Internet.

"Os bastardos que fizeram este filme são beligerantes mentirosos", diz Ashush em árabe em mensagem captada nesta segunda-feira pelo órgão de monitoramento da Internet SITE. "Emito uma 'fatwa' e peço aos jovens muçulmanos de Estados Unidos e Europa que cumpram seu dever, que é matar o diretor, o produtor, os atores e qualquer outro que tenha ajudado a produzir ou divulgar este filme".

"Assim, tenham pressa, pressa jovens muçulmanos de Estados Unidos e Europa para ensinar estes sujos e indecentes uma lição que todos os macacos e porcos dos Estados Unidos e Europa entenderão. Que Alá os guie e que tenham sucesso" nesta missão.

Afeganistão e Indonésia tiveram nesta segunda-feira protestos violentos, com centenas de manifestantes enfrentando a polícia com pedras e aos gritos de "Morte à América", em resposta ao filme que desencadeou uma onda de revolta no mundo muçulmano.

Os novos episódios de violência são os mais recentes exemplos da fúria contra o filme anti-Islã produzido nos Estados Unidos e divulgado no YouTube que causou na semana passada manifestações contra símbolos americanos, incluindo embaixadas, em pelo menos 20 países, deixando um registro de 19 pessoas mortas até o momento, entre elas o embaixador americano na Líbia, Chris Stevens, morto no ataque contra o consulado em Benghazi.

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