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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Rio - A produção de aço bruto no Brasil totalizou 16,38 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, o que representa um crescimento de 55% sobre as 10,565 milhões de toneladas produzidas no mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados hoje pelo Instituto Aço Brasil (IABr).
"Efetivamente aconteceu uma recuperação do setor influenciada pelas medidas do governo anticíclicas", destacou o presidente da entidade, Marco Polo de Mello Lopes. As vendas internas somaram 10,82 milhões de toneladas, volume 56,6% acima das 6,911 milhões de toneladas vendidas no País de janeiro a junho de 2009.
Os dados apresentados hoje pelo IABr mostram uma disparada no volume de importação de aço no período. As compras externas subiram 148,4%, alcançando a marca de 2,732 milhões de toneladas, enquanto as exportações subiram 25,4%, atingindo o volume de 4,251 milhões de toneladas. O consumo aparente de aço - indicador que reúne o volume de vendas internas mais importações de distribuidores e consumidores - apresentou um incremento de 68,6% no período, totalizando 13,348 milhões de toneladas.
Preços
O presidente do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, prevê uma trajetória ascendente para os preços de produtos siderúrgicos por conta de pressões de custos motivadas pelos reajustes nos preços do minério de ferro e do carvão, matérias-primas que juntas respondem por 50% dos custos de fabricação de aço.
Segundo ele, as siderúrgicas não repassaram aos clientes integralmente os fortes aumentos de preços praticados pelas produtoras de minério de ferro e de carvão, que somam mais de 100% em cada setor. "É evidente que em algum aumento terá que ocorrer. (...)"Mas, não sabemos em que momento e qual a intensidade", afirmou.
Lopes admite que o forte reajuste das matérias-primas preocupa, assim como a decisão das grandes mineradoras de mudarem a forma de precificação, adotando reajustes trimestrais como base na média da oscilação da cotação do insumo no mercado à vista chinês.
O novo sistema, segundo ele, trouxe ainda mais volatilidade ao setor. O presidente do IABr foi enfático ao afirmar que a decisão de impor aumentos na casa dos 100% só é possível em mercados onde existe uma concentração de mercado, como o caso do de minério de ferro, onde as três grandes mineradoras, BHP, Vale e Rio Tinto, respondem por cerca de 80% do mercado fornecedor do insumo.