Mesmo com rápida retomada, as empresas cortaram postos de trabalho, aumentando o desemprego (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2011 às 08h43.
Tóquio - A produção industrial do Japão cresceu 1% em abril, na comparação com o mês anterior, informou hoje o Ministério da Economia, Comércio e Indústria. O avanço foi liderado por uma recuperação nos setores de maquinário elétrico e geral. As companhias consultadas pelo governo esperam que suas encomendas aumentem 8% em maio e 7,7% em junho.
Segundo analistas, o resultado sinaliza que as fábricas estão se recuperando mais rapidamente que o esperado da devastação causada pelo terremoto de 11 de março. No entanto, as empresas cortaram postos de trabalho, uma vez que a catástrofe prejudicou as perspectivas de crescimento da economia. A taxa de desemprego subiu para 4,7% em abril, ante 4,6% em março. O dado possivelmente subestima o impacto da tragédia, pois exclui os números dos municípios mais atingidos (Iwate, Miyagi e Fukushima).
Além disso, a alta da produção ficou muito abaixo das expectativas, que apontavam crescimento de 2,9%, devido à queda em setores importantes para a economia japonesa, como o automobilístico e o de bens de consumo eletrônicos. O ministério informou que, embora a recuperação seja esperada, a produção "está estagnada em níveis baixos".
As principais montadoras japonesas, como a Toyota, conseguiram restaurar a produção para os níveis anteriores ao terremoto, mas os dados mostraram que em abril elas ainda se esforçavam para isso. A indústria de equipamentos de transporte teve queda na produção de 1,5% no mês, pois a fabricação de carros de passageiros registrou retração de dois dígitos. Num sinal de demanda fraca, o setor de equipamentos eletrônicos de comunicação e informação apresentou queda de 17,2%, puxado para baixo por um recuo de 43,6% em celulares.
Dados separados revelaram que o gasto das famílias caiu 3% em abril. Os números do mercado de trabalho também mostraram como a catástrofe continua a afetar a economia, pois a razão entre o número de postos de trabalho disponíveis e o número de candidatos caiu de 0,63 para 0,61. As informações são da Dow Jones.