Operário verifica petróleo na cidade de Angra dos Reis em plataforma do Campo de Lula, a cerca de 300 km da costa do Rio de Janeiro (Sergio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2012 às 11h14.
Rio de Janeiro - Os mais recentes dados de produção de petróleo da Petrobras, referentes a agosto, mostram que a companhia voltou aos níveis de janeiro de 2009, de 1,92 milhão de barris de óleo por dia. A Petrobras atribui o recuo no mês a paradas para manutenção em duas plataformas, parte dos planos da companhia para recuperar os volumes extraídos.
A Bacia de Campos em 2009 respondia por 86% da produção do País e hoje tem participação de 80%. Nesse principal centro produtor nacional, a queda desde janeiro deste ano foi de 200 mil barris/dia, ou cerca de 11% da produção total.
Recuos reincidentes dos últimos tempos preocupam a Agência Nacional do Petróleo (ANP), que cobrou da empresa novos planos para desenvolver cerca de 15 campos. A Petrobras já entregou uma leva da papelada, cujo primeiro prazo venceu no último fim de semana. O cronograma para apresentação dos planos continua nos próximos meses e a ANP tem um prazo regimental de 180 dias para avaliá-los, embora pretenda emitir seu parecer antes do limite.
O objetivo da agência é verificar se as jazidas estão recebendo investimentos adequados e tendo o melhor aproveitamento possível. O entendimento é de que a Petrobras se voltou ao pré-sal nos últimos anos, reduzindo os investimentos no pós-sal. No entanto, apesar do potencial, o pré-sal responde hoje por apenas 5% da produção da companhia. Poços no pós-sal apresentaram declínio natural na extração de petróleo e, sem novas perfurações, os campos se manterão com o potencial de exploração aquém do esperado.
Em agosto, a Petrobras produziu 1,927 milhão de barris de óleo por dia, resultado maior apenas do que os 1,922 milhão de barris/dia em janeiro de 2009. A média mensal de 1,997 milhão de barris/dia este ano também só é melhor do que a média de 2009, quando foram produzidos 1,97 milhão de barris /dia.
A companhia, que no último plano de negócios (2012-2016) divulgado em junho reduziu em até 1 milhão de barris/dia as metas de produção para esta década, prevê aumento dos volumes produzidos apenas a partir de 2014. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.