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Processos contra Morales por repressão a indígenas são rejeitados

A Confederação de Povos Indígenas do Oriente Boliviano e diversos parlamentares opositores apresentaram em outubro de 2011 processos por 'genocídio' contra o presidente

O argumento para ambos processos foi que a legislação boliviana assinala que não se julga por genocídio apenas os que exterminam um povo, mas também os que causam lesões graves, como ocorreu durante o ataque policial (Jorge Bernal/ AFP)

O argumento para ambos processos foi que a legislação boliviana assinala que não se julga por genocídio apenas os que exterminam um povo, mas também os que causam lesões graves, como ocorreu durante o ataque policial (Jorge Bernal/ AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2012 às 22h19.

La Paz - A Procuradoria Geral da Bolívia informou nesta terça-feira que rejeitou dois processos por genocídio contra o presidente do país, Evo Morales, apresentados por indígenas e opositores após a violenta repressão policial contra a marcha de nativos que se opôs à construção de uma estrada em um parque natural.

O procurador-geral, Mario Uribe, disse à imprensa na cidade sulina de Sucre, sede do Poder Judiciário, que decidiu 'rejeitar as duas proposições acusatórias' contra Morales e o vice-presidente do país, Álvaro García Linera.

A Confederação de Povos Indígenas do Oriente Boliviano e uma dezena de parlamentares opositores apresentaram em outubro de 2011 processos separados por 'genocídio' contra Morales, García Linera, vários ministros e chefes policiais pela repressão policial do dia 25 de setembro do mesmo ano.

O argumento para ambos processos foi que a legislação boliviana assinala que não se julga por genocídio apenas os que exterminam um povo, mas também os que causam lesões graves, como ocorreu durante o ataque policial.

A repressão aconteceu quando os indígenas, principalmente da Amazônia, descansavam pacificamente em um acampamento provisório perto do povoado de Yucumo, a mais de 300 quilômetros de La Paz.

Cerca de 500 agentes atacaram com gás e cassetetes, amordaçaram os dirigentes da passeata e as mulheres e transferiram à força dezenas deles em ônibus e caminhonetes a povoados vizinhos.

A ação policial, que foi qualificada de 'imperdoável' por Morales, causou uma crise em seu governo com a renúncia de dois ministros e outras autoridades, mas nem ele nem nenhum funcionário estatal assumiram a responsabilidade pelo ocorrido.

A passeata finalmente chegou a La Paz em outubro e obrigou o líder a frear a construção da estrada financiada pelo Brasil que atravessaria a reserva natural Tipnis. 

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