Luisa Ortega: "não compareci ao TSJ, não vou validar um circo que mancha nossa história com vergonha e dor, e cuja decisão já está cantada" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
AFP
Publicado em 4 de julho de 2017 às 13h55.
A Procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, negou-se nesta terça-feira a comparecer ante o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que decidirá se ela será submetida a um julgamento que levaria à sua destituição.
"Não compareci ao TSJ, não vou validar um circo que mancha nossa história com vergonha e dor, e cuja decisão já está cantada", declarou Ortega, em um pronunciamento ante a imprensa na sedo do Ministério Público.
O plenário do TSJ iniciou a audiência às 10h locais (11h, no horário de Brasília). Nela, a mais alta instância jurídica do país determinará se Ortega incorreu em "falta grave".
O deputado da base governista Pedro Carreño faria suas argumentações pela consideração de mérito - por parte do Supremo - de seu pedido contra a procuradora.
O político a acusa de "mentir" por ter afirmado que não aprovou a eleição de 33 magistrados feita em 2015 na legislatura anterior, de maioria chavista.
Apoiada pela oposição e por chavistas críticos a Maduro, Ortega se tornou a voz mais dura contra o presidente, responsabilizando-o pela "ruptura da ordem constitucional".
A denúncia foi feita pela procuradora após sentenças do TSJ que minaram o Poder Legislativo, hoje sob controle da oposição.
"Não descansarei até que a Venezuela retome o caminho das liberdades", prometeu essa advogada de 59 anos, em uma mensagem ao país na véspera da audiência.