Trump: a lei americana não permite que o presidente seja investigado durante seu mandato (Tom Brenner/Getty Images)
EFE
Publicado em 29 de maio de 2019 às 16h22.
Washington — O procurador especial Robert Mueller, responsável por investigar a interferência da Rússia nas eleições de 2016 nos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira que não havia opção legal para acusar formalmente o presidente Donald Trump.
A legislação americana proíbe acusar o presidente do país por um crime federal enquanto ele estiver em exercício do mandato.
"Acusar o presidente de um crime não era uma opção que podíamos considerar. Mas, se tivéssemos clareza de que o presidente não cometeu um crime, teríamos dito", disse Mueller.
O procurador especial foi ao Departamento de Justiça anunciar que a investigação do chamado caso Rússia está encerrada. Mueller se limitou a ler uma nota e não respondeu perguntas dos jornalistas.
"Estou falando hoje porque nossa investigação terminou. O procurador-geral tornou grande parte do relatório público, estamos fechando formalmente o escritório da procuradoria especial e, além disso, eu deixarei o Departamento de Justiça", ressaltou.
Mueller também se pronunciou sobre o desejo dos democratas de ouvi-lo no Comitê de Justiça da Câmara dos Representantes.
"Decidi voluntariamente não testemunhar ao Congresso porque não tenho nada a dizer além do que está em meu relatório", explicou.
As investigações de Mueller concluíram que não há provas que conectem a campanha de Trump com o governo da Rússia. No entanto, o procurador especial afirma no documento que não conseguiu chegar a uma conclusão se o presidente cometeu crime de obstrução à Justiça.
Segundo o relatório, Trump tentou interferir nas investigações sobre o "caso Rússia", mas as ordens dadas por ele foram desobedecidas pelos funcionários da Casa Branca.
Trump tem usado as conclusões do relatório para defender com veemência sua inocência e dizer que foi alvo de uma perseguição.