Donald Trump: procurador especial Robert Mueller cogitou a possibilidade de emitir uma intimação para Trump depor se ele se recusar a conversar com investigadores (Carlos Barria/Reuters)
Reuters
Publicado em 2 de maio de 2018 às 08h33.
Nova York - Em uma reunião com advogados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em março, o procurador especial Robert Mueller cogitou a possibilidade de emitir uma intimação para Trump depor se ele se recusar a conversar com investigadores a cargo do inquérito sobre suspeita de envolvimento da Rússia na eleição de 2016 nos EUA, disse um ex-advogado do presidente na terça-feira.
John Dowd disse à Reuters que Mueller mencionou a possibilidade de uma intimação na reunião ocorrida no início de março. O alerta foi noticiado primeiro pelo jornal Washington Post, que citou quatro pessoas a par do encontro.
"Isso não é um jogo. Vocês estão atrapalhando o trabalho do presidente dos Estados Unidos", Dowd disse ter afirmado aos investigadores, que analisam um possível conluio entre a campanha de Trump e a Rússia. Dowd deixou a equipe legal do presidente cerca de duas semanas após a reunião.
Segundo o Post, Mueller cogitou a intimação depois que os advogados de Trump disseram que seu cliente não tem obrigação de conversar com investigadores federais envolvidos com o inquérito.
Após a reunião de março, a equipe de Mueller concordou em fornecer aos advogados do presidente informações mais específicas sobre os temas a respeito dos quais quer indagar Trump, relatou o Post.
De posse destas informações, o advogado de Trump Jay Sekulow compilou uma lista de 49 perguntas que a equipe legal do presidente acredita que lhe serão feitas, de acordo com o Post.
Esta lista, revelada pelo jornal New York Times na segunda-feira, inclui perguntas sobre os laços de Trump com a Rússia e outras para determinar se o presidente pode ter tentado obstruir ilegalmente a investigação.
Trump, que nega ter cometido qualquer irregularidade, criticou o vazamento das perguntas.