Arábia Saudita: país introduziu medidas de austeridade, afetando a família reinante, a fim de limitar seu déficit orçamentário (Waseem Obaidi/Bloomberg)
AFP
Publicado em 6 de janeiro de 2018 às 12h55.
Onze príncipes sauditas foram presos e podem ser julgados depois de protestarem perto de um palácio real em Riad contra medidas econômicas que reduzem seus benefícios, informou neste sábado (6) um veículo de comunicação próximo ao governo.
De acordo com o site Sabq, esses príncipes, que não tiveram suas identidades reveladas, protestaram contra uma decisão das autoridades de "não pagar mais as contas de eletricidade e água dos príncipes", que são muito numerosos na Arábia Saudita.
Reunidos perto de um palácio real na capital saudita, também exigiam uma "compensação financeira" após a condenação judicial de "um de seus primos", explicou Sabq, sem fornecer mais detalhes.
Os príncipes, que se recusaram a obedecer as ordens das forças de segurança, foram levados para uma prisão de segurança máxima na capital, de acordo com a mesma fonte.
As autoridades sauditas contactadas pela AFP não estavam disponíveis para comentar.
A Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, introduziu, desde a queda dos preços do petróleo em 2014, uma série de medidas de austeridade, afetando a família reinante, a fim de limitar seu déficit orçamentário.
O rei Salman, no entanto, promulgou neste sábado um decreto aumentando certos benefícios para amortizar o impacto de algumas dessas medidas, como a introdução este ano de um imposto sobre o valor agregado (TVA).
Com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman no comando, o reino tem procurado diversificar sua economia para torná-la menos dependente do petróleo e quer atrair investidores internacionais.
Em novembro, mais de 200 personalidades influentes, incluindo membros da família real, foram presas a pedido do príncipe herdeiro em uma operação sem precedentes apresentada como uma campanha anticorrupção.