Os artigos mais procurados são as almofadas de silicone para a menstruação e diferentes exemplares de sua ampla e colorida seleção de vibradores (Divulgação/Other Nature)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2012 às 13h08.
Última atualização em 5 de abril de 2021 às 16h49.
Berlim - Será que o uso de couro nas práticas sadomasoquistas é compatível com o respeito aos direitos dos animais? Agora sim, depois da abertura do primeiro 'sex shop' ecológico da Alemanha, onde chicotes, algemas e consolos são politicamente corretos.
Na loja alternativa de sexo, chamada Other Nature, pode-se encontrar almofadas, preservativos e vibradores ecológicos, além de peças eróticas feitas de 'couro vegano' - uma imitação da pele animal fabricada a partir de câmaras de bicicleta.
'A princípio, o objetivo da loja era facilitar a prática do sexo exclusivamente através de produtos ecológicos, e depois decidimos fazer um 'sex shop' puramente vegano', explica à Agência Efe a sócia do negócio, Anne Bonnie Schindler.
Segundo Anne, o veganismo - uma ideologia que rejeita o consumo de produtos de origem animal -, a ecologia, o desenvolvimento sustentável, o consumo responsável, o feminismo e a curiosidade de explorar todos os cantos da sexualidade não são ideias independentes e estanques.
'Não vejo nenhuma diferença entre elas. De forma alguma, são todas iguais', assinala.
A jovem afirma, além disso, que a loja tem um caráter 'feminista' e é 'orientada para as mulheres, embora aberta aos homens', já que os brinquedos eróticos que oferece 'podem ser utilizados por quem quiser e da forma que mais agradar'.
Anne também reconhece que o público alvo são as mulheres jovens e homossexuais, mas assegura que na loja entram clientes 'de todas as classes sociais e de todas as opções sexuais'.
'Aqui vem gente de todo tipo. Desde um casal de lésbicas de 18 anos que veio comprar seu primeiro brinquedo a uma mulher de cerca de 60 anos que se sentia sozinha e buscava algo novo', explica.
Os artigos mais procurados são as almofadas de silicone para a menstruação e diferentes exemplares de sua ampla e colorida seleção de vibradores.
Mas o que talvez chame mais atenção seja o aspecto do lugar, 'com cara de quarto de dormir', segundo descreve a proprietária, que assegura ter estudado durante muito tempo para desenhá-lo.
'Queria acabar com o tabu (que rodeia estes estabelecimentos), convidar as pessoas para falar. Queria um lugar aberto e luminoso para que as pessoas se sentissem em casa', assinala.
Trata-se de um espaço formado por duas salas bem iluminadas, com amplas janelas, sofás e decorações o fazem parecer mais com as cafeterias da cena alternativa de Kreuzberg, bairro onde fica a loja.
O projeto, no qual Anne e sua colega canadense Sara Rodenhizer trabalharam durante mais de dois anos e meio, abriu definitivamente as portas em outubro do ano passado. Além dos artigos 'clássicos', o 'sex shop' também oferece uma seleção de livros e índices que tratam de diversos aspectos sobre o sexo e a sexualidade, e deve incorporar em breve uma seção de aluguel de vídeos pornográficos destinados a mulheres.
A iniciativa deve realizar nos próximos meses cursos de divulgação sobre o sadomasoquismo, o uso de brinquedos eróticos e o ponto G.