Joanesburgo, capital sul-africana: líder ativista da era do apartheid, lançou o primeiro novo partido político do país em cinco ano neste sábado (Lars Haefner/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2013 às 14h15.
Joanesburgo - Uma líder ativista da era do apartheid, lançou o primeiro novo partido político da África do Sul em cinco anos, neste sábado, dizendo que o atual governo do partido Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) estava destruindo a maior economia do continente.
Apesar do aumento da divisão no ANC e alegações de suborno e fraca liderança, ele continua sendo uma máquina política incomparável, com uma maioria de quase dois terços no parlamento.
No entanto, o partido "Agang", que significa "Deixe-nos construir" na língua Sesotho, vai disputar as eleições de 2014, disse a líder do partido Mamphela Ramphele.
Uma ativista antiapartheid, militante e parceira do líder do grupo Consciência Negra, Steve Biko, Ramphele disse que milhões ainda vivem como cidadãos esquecidos e que o país não chegou longe o suficiente, rápido o suficiente.
Ela se referiu ao otimismo que prevaleceu na primeira eleição com eleitores de todas as raças na África do Sul em 1994.
"Nos lembramos da enorme esperança e alegria na época da libertação de Nelson Mandela, punho erguido em desafio." Herói do antiapartheid e primeiro presidente negro da África do Sul, Mandela, de 94 anos, está em estado grave, mas estável no hospital, disse o governo no sábado.
O arcebispo emérito Desmond Tutu, uma forte voz antiapartheid e líder da campanha mundial de liberação de Mandela, apoia Ramphele, de 65 anos, dizendo que ela é uma líder íntegra, pronta para assumir posições valiosas pela justiça social.
"Em quase 20 anos da nossa democracia, a grandiosidade e magnanimidade que caracterizavam o nosso firmamento político se renderam, em grande parte, ao altar do poder e da riqueza", disse Tutu em uma carta de apoio à Ramphele, divulgada na sexta-feira.
Médica e ex-diretora administrativa do Banco Mundial, Ramphele também foi colocada sob prisão domiciliar durante sete anos pelo governo do apartheid devido ao seu trabalho político.
Ela constantemente questionou as autoridades e o ANC sobre suas falhas.
"Nosso país chegou à uma encruzilhada e eu não quero pensar sobre onde estaremos daqui a cinco anos se não mudarmos de rumo", disse ela em seu discurso de lançamento do partido em Pretória.
Outros também estão procurando reviver o sonho da "Rainbow Nation" (Nação do Arco-Íris), 19 anos depois do fim do governo da minoria branca. Até mesmo Julius Malema, expulso do ANC, está procurando construir um futuro na política, começando seu próprio partido político.
O último partido a ser formado na África do Sul foi o COPE Congress of the People (Congresso do Povo) lançado em 2008 por antigos membros do ANC.