Primeiro-ministro da Nova Zelândia, John Key: chanceler disse que é necessária uma profunda investigação sobre esse caso (Lee Jae-Won/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2013 às 10h06.
Sydney - O primeiro-ministro da Nova Zelândia, John Key, visitará Pequim para apresentar suas desculpas pessoais ao governo chinês após os casos de contaminação dos produtos lácteos de uma empresa neozelandesa que afetou o mercado do país asiático.
A empresa Fonterra, uma das principais exportadoras de produtos lácteos do mundo, teve que se retratar há uma semana na China, seu principal mercado, pela contaminação de alguns de seus produtos, que, por sinal, estavam infectados por uma bactéria que poderia causar botulismo.
O primeiro-ministro John Key, que criticou a lentidão com a qial a empresa emitiu esse alerta, apontou que é necessária uma profunda investigação sobre esse caso para dar garantias aos consumidores e aos mercados internacionais que este erro não voltará a se repetir.
O mercado chinês representa US$ 2,4 bilhões anuais para Nova Zelândia e, por isso, as desculpas do líder do Executivo do país oceânico supõem uma passagem de extrema importância para restaurar a credibilidade na indústria neozelandesa de alimentação.
Em entrevista ao canal local "TV3", Key ressaltou que esse pedido de desculpas é "incomum", já que a Fonterra é uma "companhia de capital privado", mas é importante "para a cultura" da China e para economia local, que depende da atividade da empresa.
O produto contaminado, um concentrado da proteína do soro de leite, foi elaborado em maio de 2012, mas, até março deste ano, não havia sido detectado a presença da bacteria Clostridium bolulinium, a causadora do botulismo, infecção que pode provocar paralisias musculares e, inclusive, a morte.
A empresa assegurou que os produtos da marca Fonterra são seguros porque nenhum deles contém este produto, mas, mesmo assim, as autoridades da Rússia, China, Tailândia, Vietnã, Cingapura e Malásia ordenaram a retirada do leite em pó de origem neozelandesa do mercado.
O primeiro-ministro neozelandês indicou que, por enquanto, não havia registro de crianças adoecidas após a ingestão dos produtos da Fonterra, antecipando que a contaminação dos alimentos poderia estar relacionada à sujeira (falta de manutenção) de um encanamento em uma fábrica processadora da ilha do Norte.