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Primeiro-ministro japonês é reeleito como líder de seu partido

"Vamos construir um novo Japão, dando as mãos e nos unindo", disse Shinzo Abe, primeiro-ministro japonês

SHINZO ABE: primeiro-ministro japonês foi reeleito nesta quinta-feira à presidência de seu partido (Toru Hanai/Reuters)

SHINZO ABE: primeiro-ministro japonês foi reeleito nesta quinta-feira à presidência de seu partido (Toru Hanai/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de setembro de 2018 às 07h53.

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe foi reeleito nesta quinta-feira à presidência de seu partido, o que abre o caminho para que permaneça no poder até 2021.

Abe, 63 anos, recebeu 553 de um total de 807 votos, incluindo os votos de 329 dos 405 deputados e senadores do Partido Liberal Democrata (PLD).

O ex-ministro da Defesa Shigeru Ishiba recebeu 254 votos.

A vitória significa que Abe permanecerá mais três anos à frente do país, o que permite a possibilidade de bater o recorde do primeiro-ministro mais longevo até hoje, Taro Katsura, chefe de Governo três vezes entre 1901 e 1913.

O primeiro-ministro se comprometeu a implementar suas promessas eleitorais, como reforçar as infraestruturas que permitam resistir de modo mais eficiente às catástrofes naturais.

Também mencionou a Constituição, que ele sonha em modificar, uma ambição desde a criação do PLD.

"Quero trabalhar com vocês na reforma da Constituição. A batalha (eleitoral) terminou. Vamos construir um novo Japão, dando as mãos e nos unindo", disse.

Shinichi Nishikawa, cientista político da Universidade Meiji, em Tóquio, afirmou à AFP que a eleição é "um voto de confiança para julgar seu trabalho até agora e Abe se impôs. Mas não deseja comemorar tanto o resultado porque não venceu de modo esmagador".

O partido está dividido em várias alas, cujos integrantes votam de acordo com as ordens do líder de cada uma delas.

Entre os simpatizantes - um total de 1,04 milhão, reunidos em 405 votos -, Abe recebeu 224, contra 181 para Ishiba, que poderia assim, em tese, influenciar o debate dentro do partido.

"Abe ganhou de todas as formas uma passagem para entrar nos livros de história como o primeiro-ministro mais longevo no cargo", destacou Nishikawa.

Abe admitiu durante a campanha que a credibilidade de seu governo foi abalada pelos escândalos dos últimos dois anos, em particular as acusações de favorecimento a seus amigos.

A eleição como líder do partido significa de fato a designação como primeiro-ministro, pois o cargo de chefe de Governo é atribuído automaticamente ao presidente do partido que tem maioria no Parlamento.

O PLD domina a política japonesa diante de uma oposição fragmentada desde a derrota nas legislativas de 2012, uma consequência da gestão considerada desastrosa após o tsunami e o acidente da central nuclear de Fukushima, em março de 2011.

Abe tem vários desafios e os analistas apontam que, sem o o grande apoio dos militantes, terá que avançar nas questões econômicas.

"No próximo ano teremos a mudança do imperador, depois a reunião de cúpula doG20 pela primeira vez no Japão e no ano seguinte os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio", destacou Abe.

Ele espera a repetição da experiência de 1964, quando as Olimpíadas de Tóquio deram um impulso econômico e internacional para o país.

"Vamos vencer o desafio de criar um novo lugar para o Japão, renovando o país", prometeu.

Além do crescimento econômico, Abe prometeu mais igualdade para as mulheres no mercado de trabalho, medidas a favor da infância (creches, ensino gratuito), dos trabalhadores (melhor ambiente de trabalho), da terceira idade (melhor cobertura e facilidades para permanecer em atividade), tudo isto garantindo o atual sistema de proteção social.

Para financiar estas medidas, Abe se comprometeu com as instituições internacionais a aumentar em outubro de 2019 o impopular imposto sobre o consumo, que passará de 8% a 10%.

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