Aníbal Torres (esquerda) e Pedro Castillo (direita) são ex-primeiro ministro e presidente do Peru, respectivamente (Angela Ponce/Bloomberg/Getty Images)
AFP
Publicado em 3 de agosto de 2022 às 14h05.
O primeiro-ministro peruano, Aníbal Torres, anunciou nesta quarta-feira, 3, sua renúncia "por motivos pessoais" e colocou seu cargo à disposição do presidente do país, Pedro Castillo.
Em uma carta ao Presidente publicada em sua conta no Twitter, Torres disse que se aposentava do cargo depois de ter servido ao lado de Castillo, "particularmente às pessoas mais negligenciadas e esquecidas". Pouco depois, entrou no palácio presidencial para se encontrar com o chefe de Estado, mas não deu declarações à imprensa.
O presidente, que responde por cinco investigações judiciais, também não se pronunciou. De acordo com a lei, o presidente pode aceitar ou rejeitar a renúncia.
O ainda primeiro-ministro indicou que voltará às salas de aula da universidade para retomar "o que mais sentia falta: a pesquisa jurídica". Em seus seis meses de governo Torres criticou a imprensa, especialmente a da capital.
Ele também disse que aqueles que acusam o presidente são "os verdadeiros ladrões que roubaram bilhões de soles do Peru", apontando para empresários da construção local investigados pela promotoria por pagamento de propina por vários anos.
O primeiro-ministro teve que se desculpar com Israel depois de elogiar o programa de construção de estradas da Alemanha nazista quando comparou a desconexão de estradas do Peru com a Alemanha e a Itália durante as primeiras décadas do século 20.
Torres é o quarto primeiro-ministro de Castillo e assumiu o cargo em fevereiro. Anteriormente, foi Ministro da Justiça desde o início da gestão do presidente, iniciada em 28 de julho de 2021.
(Estadão Conteúdo com informações de AFP)