O novo primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu: Davutoglu é grande parceiro do presidente (Adem Altan/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2014 às 09h52.
Ancara - O novo primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, anunciou nesta sexta-feira seu gabinete, no qual destaca-se a nomeação do até agora ministro para a União Europeia, Mevlut Cavusoglu, como novo titular das Relações Exteriores.
Davutoglu, que ofereceu hoje os nomes de sua equipe em um curto comparecimento em Ancara perante a imprensa, apostou pela continuidade com relação ao governo que liderou Recep Tayyp Erdogan, que ontem assumiu a presidência do país euro-asiático.
O novo Executivo se submeterá na semana que vem a um voto de confiança no parlamento, onde o governamental partido islamita da Justiça e o Desenvolvimento (AKP) tem maioria absoluta.
Cavusoglu, de 46 anos, sucede à frente da diplomacia Davutoglu, que dirigiu o Ministério de Exteriores desde 2009, enquanto o novo ministro para a UE é o antigo diplomata Volkan Bozkir, até agora presidente da comissão das Relações Exteriores do parlamento.
O novo chefe da diplomacia é um dos membros fundadores do AKP e entre 2010 e 2012 foi o presidente da assembleia parlamentar do Conselho da Europa.
A equipe econômica não sofreu mudanças, coordenada pelo vice-primeiro-ministro Ali Babacan, e na qual continuam o titular de Economia, Nihat Zeybekci, e o responsável de Finanças, Mehmet Simsek, o que é interpretado na imprensa como uma forma de dar certeza aos mercados.
O gabinete, com 21 pastas, contará com quatro vice-primeiro ministros, e aos quais já estavam -Bülent Arinç e Babacan-, somam-se dois políticos próximos a Erdogan que não figuravam no anterior Executivo: Yalçin Akdogan e Numan Kurtulmus.
Erdogan, que ontem assumiu o cargo como novo chefe do Estado, assegurou em seu primeiro discurso como presidente que a política externa da Turquia será orientada com renovados esforços rumo ao objetivo de entrar na UE.
O que fora chefe do governo durante quase 12 anos, venceu em 10 de agosto as primeiras eleições presidenciais realizadas por sufrágio universal, o que consolida sua posição como um dos líderes turcos mais poderosos nas últimas décadas.
A oposição teme que Erdogan acrescente assim o que denunciam como tendências autoritárias, e afirmam que Davutoglu, um estreito colaborador do agora presidente, é simplesmente uma marionete.
Desde que ganhou as eleições, Erdogan não ocultou sua intenção de apressar ao máximo as atribuições do chefe do Estado, entre elas convocar e presidir as reuniões do Conselho de Ministros.