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Primeiro-ministro chama de histórico acordo com Rússia

O primeiro-ministro ucraniano qualificou de histórico o acordo alcançado ontem sobre o rebaixamento em um terço da tarifa do gás que seu país paga

Mykola Azárov, primeiro-ministro ucraniano: "ontem houve um acontecimento histórico", disse (Gleb Garanich/Reuters)

Mykola Azárov, primeiro-ministro ucraniano: "ontem houve um acontecimento histórico", disse (Gleb Garanich/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 09h14.

Kiev - O primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azárov, qualificou nesta quarta-feira de "histórico" o acordo alcançado ontem entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o da Ucrânia, Viktor Yanukovich, sobre o rebaixamento em um terço da tarifa do gás que seu país paga ao monopólio russo Gazprom.

"Ontem houve um acontecimento histórico. Após 3 anos e meio de um contrato de gás que fez a economia nacional sangrar dia após dia, o presidente da Ucrânia conseguiu dar fim a uma traição aos interesses nacionais da qual são responsáveis os que agora provocam a instabilidade no país", disse Azárov durante uma reunião do governo.

As atuais autoridades ucranianas sempre responsabilizaram a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, líder do principal partido da oposição, atualmente presa, de assinar com a Rússia o contrato que elevou intensamente o preço do gás, chegand nos últimos meses aos US$ 400 por mil metros cúbicos de combustível.

Justamente por assinar esse contrato em 2009, Tymoshenko cunmpre pena de sete anos de prisão.

Após uma reunião bilateral realizada ontem no Kremlin entre Putin e Yanukovich, o presidente russo anunciou a queda de mais de 30% do preço do gás que a Rússia exporta à Ucrânia, que a partir de 1º de janeiro pagará US$ 268,5 por cada mil metros cúbicos.

"É algo que abre possibilidades para a indústria ucraniana, o setor energético e os serviços comunitários, e também para restabelecer o crescimento da economia e destinar os recursos obtidos à modernização", ressaltou Azárov.


O chefe do governo ucraniano, cuja renúncia exigem há mais de duas semanas a oposição e dezenas de milhares de pessoas que invadem todos os dias o centro de Kiev, se referiu também ao investimento de US$ 15 bilhões que prometeu ontem Putin à Ucrânia.

"Os acordos alcançados ontem nos permitem aprovar os orçamentos do desenvolvimento social do país, o que era impossível até então. Agora posso afirmar que este é um momento crucial. (...) Nada ameaça mais a estabilidade econômica e financeira da Ucrânia", ressaltou Azárov.

O primeiro-ministro mandou uma mensagem à oposição que lidera o grande protesto contra seu governo e Yanukovich por se negar a assinar o Acordo de Associação com a União Europeia: "Não permitiremos a ninguém desestabilizar uma situação que tanto esforço custou normalizar".

"Me dirijo de novo aos líderes de todas as forças políticas que realmente querem à Ucrânia. Falemos sobre o desenvolvimento do Estado, sobre como proteger nossa economia da crise", insistiu Azárov para pedir a seus oponentes que abandonem o protesto na rua.

Enquanto isso, na Praça da Independência de Kiev, conhecida como "Euromaidán" (maidán é praça em ucraniano), os líderes da oposição, após conhecer os acordos com Moscou, acusaram Yanukovich de "vender Ucrânia à Rússia".

Cerca de 10 mil pessoas concentradas na praça receberam ontem à noite com indignação a notícia do crédito russo a Kiev.

"Yanukovich recebeu de graça US$ 15 bilhões e uma baixa do gás avaliado em outros 5 bilhões. Queremos saber o quê prometeu em troca. US$ 20 bilhões não é muito, é muitíssimo dinheiro", argumentou do palco na praça o líder da opositora "Batkivshina", Arseni Yatsenuik.

Ainda mais duro foi o líder da ultranacionalista "Svoboda" Oleg Tiagnibok, que acusou o presidente ucraniano de se vender "ao aceitar um crédito de US$ 15 bilhões".

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