Scot Morrison: premiê considerou que um artigo publicado Erdogan foi uma saída para a crise diplomática (David Gray/Reuters)
AFP
Publicado em 21 de março de 2019 às 09h16.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, que havia criticado duramente as declarações do presidente turco sobre o massacre em Christchurch, considera que Recep Tayyip Erdogan mostrou, em seguida, uma certa "moderação".
As declarações de Erdogan sobre o atentado cometido por um australiano na cidade da Nova Zelândia provocaram polêmica e um início de crise diplomática entre os três países. Morrison, no entanto, elogiou um artigo do presidente turco publicado recentemente.
"Aconteceram avanços nesta questão e observamos uma moderação nas opiniões do presidente", declarou o primeiro-ministro australiano, em referência a um artigo publicado no jornal Washington Post.
Erdogan, que está em campanha para as eleições locais, considerou os atentados na Nova Zelândia, que mataram 50 pessoas, como um ataque à Turquia e ao islã e advertiu os antimuçulmanos deste país que sofreriam o mesmo destino que os soldados na batalha de Gallipoli.
Na batalha de Gallipoli, que aconteceu na I Guerra Mundial, os otomanos provocaram uma violenta derrota a uma força aliada integrada basicamente por australianos (que perderam 8.000 homens) e neozelandeses.
Em seu artigo no jornal Washington Post, Erdogan não repetiu as declarações, mas acusou os países ocidentais de silêncio diante da islamofobia.
Morrison considerou o texto uma saída para a crise diplomática.
O primeiro-ministro australiano havia chamado na quarta-feira de "insensatas", "infames" e "muito ofensivas" as primeiras declarações de Erdogan. Ele pediu a retirada das afirmações e alertou que todas as opções estavam sobre a mesa no que diz respeito às relações entre Austrália e Turquia.