Mundo

Perfuração de petróleo nas Malvinas ameaça fracassar

Londres - A companhia de petróleo britânica Desire confirmou nesta segunda-feira ter encontrado indícios de hidrocarbonetos em sua primeira perfuração nas águas das Malvinas, mas admitiu que a qualidade da reserva seria "pobre", completando, no entanto, que ainda é cedo para tirar conclusões definitivas. O anúncio da Desire foi uma resposta a um artigo publicado […]

Ilhas Malvinas: petróleo encontrado até agora não é comercialmente viável (.)

Ilhas Malvinas: petróleo encontrado até agora não é comercialmente viável (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

Londres - A companhia de petróleo britânica Desire confirmou nesta segunda-feira ter encontrado indícios de hidrocarbonetos em sua primeira perfuração nas águas das Malvinas, mas admitiu que a qualidade da reserva seria "pobre", completando, no entanto, que ainda é cedo para tirar conclusões definitivas.

O anúncio da Desire foi uma resposta a um artigo publicado no domingo pelo Sunday Times, segundo o qual a perfuração do primeiro poço na área norte do disputado arquipélago teria sido um fracasso.

Segundo o jornal, que citou fontes da indústria, a primeira prospecção da Desire Petroleum foi tecnicamente um sucesso, mas comercialmente um fracasso, ou seja, foi encontrado petróleo, mas a quantidade encontrada era insuficiente para ser explorada de forma viável.

A Desire Petroleum informou nesta segunda-feira em comunicado que a perfuração do poço de Liz, que começou em fevereiro, chegou a uma profundidade de 3.570 metros e não tinha terminado.

A petroleira informou ter encontrado os primeiros "indícios de hidrocarbonetos" a 2.550 metros, e que as operações posteriores mostraram que pode haver petróleo "nos intervalos finos, mas a qualidade da reserva é pobre".

"Até que se complete a perfuração e se estudem os resultados, não será possível determinar a importância dos hidrocarbonetos encontrados e se será necessário perfurar o poço mais profundamente, suspender a perfuração para fazer testes ou abandoná-la", afirmou a empresa em comunicado.

A Desire infirmou que a perfuração neste primeiro poço deveria ser concluída nesta semana e que então fará um anúncio completo dos resultados.

Mas as primeiras indicações provocaram temores no mercado e fizeram as ações do grupo caírem quase 50% durante a manhã no AIM (mercado dedicado a pequenas e médias empresas).

A Inglaterra autorizou a companhia britânica a iniciar as operações de prospecção no norte das Malvinas em 22 de fevereiro com a perfuração de um poço batizado de Liz 14/19-A, o que aumentou as tensões com a Argentina, que exige a soberania desse arquipélago.

Segundo a Sociedade de Geologia britânica, as reservas em torno das Malvinas poderiam chegar aos 60 bilhões de barris, ou seja, o equivalente às jazidas no Mar do Norte, mas fontes da indústria estimam que o volume comercialmente explorável seria muito menor e a extradição não teria progressos em alguns anos.

Outras três companhias britânicas, Rockhopper, Falkland Oil & Gas, associada ao gigante mineiro anglo-australiano BHP Billiton, e Borders&Shouthern deverão lançar-se posteriormente na prospecção petroleira na região.

A Argentina entrou em conflito com a Grã Bretanha em 1982 em uma guerra pela posse desse arquipélago do Atlântico sul ocupado pelos britânicos desde 1833. O conflito durou 74 dias e custou a vida de 649 soldados argentinos e 255 britânicos.

Leia as últimas notícias sobre petróleo

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaEnergiaEuropaPaíses ricosPetróleoReino Unido

Mais de Mundo

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano