Ingressos para jogos da Copa do Mundo (AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2014 às 21h15.
Rio - A Fifa até agora está excluída pelas autoridades brasileiras da operação que resultou na prisão de onze cambistas que supostamente operaram em ligação com a entidade máxima do futebol.
Pressionada e diante de um mal-estar, a Fifa tenta mostrar que está "satisfeita" com o comportamento da polícia brasileira ao endurecer a luta contra o mercado negro de ingressos para a Copa.
Em uma declaração publicada à instantes, o diretor de Marketing da Fifa, Thierry Weil, deixou claro que a entidade não foi informada da operação.
"Com relação à 'Operação Jules Rimet', a Fifa está à espera de informações detalhadas por parte das autoridades locais, a fim de poder analisar os bilhetes apreendidos e identificar sua origem para que, em conjunto com as autoridades locais, possamos tomar as medidas adequadas", declarou.
A operação realizada na terça-feira revelou que os cambistas usavam ingressos da Fifa para revender no mercado negro e tinham livre acesso aos cartolas da entidade.
A operação também mostrou como os cambistas, com ligações a pessoas da Fifa, também revendiam ingressos da CBF.
Mas Weil insistiu que a Fifa tem feito um esforço para coibir o mercado negro.
"Para a Fifa, sempre foi prioridade proteger os torcedores contra os riscos associados à venda ilegal de ingressos e garantir que as ações devidas sejam tomadas contra qualquer pessoa que viole os regulamentos de venda", declarou.
"É por isso que a Fifa tem constantemente solicitado aos fãs que comprem entradas apenas pelo Fifa.com, a única fonte legítima de ingressos", disse.
Apesar de ter sido deixada de lado na atual operação, a Fifa tenta mostrar que sempre colaborou com as autoridades brasileiras.
"Desde 2009, mais de três anos antes do início das vendas, uma equipe especializada da Fifa e da Match Enforcement iniciou seus esforços na luta contra a venda não autorizada de bilhetes em estreita colaboração com as autoridades brasileiras, tanto em nível federal quanto regional", disse Weil.
"A Fifa e a Match Enforcement têm constantemente fornecido informações às autoridades brasileiras com o objetivo de auxiliar na aplicação da legislação vigente e processar os que violam a lei", insistiu o dirigente.
"Ajuda o fato de o Brasil ter uma lei de longa data contra a atividade de cambistas. Entre outros, nos termos do artigo 41 do Estatuto do Torcedor, é crime vender ou fornecer um ingresso por uma quantia maior que o valor impresso no ingresso", disse.
"As disposições em vigor no Brasil permitem que autoridades reprimam tais atividades e punam pessoas ou empresas de acordo. Combater o mal da venda não autorizada de ingressos requer um esforço conjunto. Como tal, a Fifa está muito satisfeita com os vários casos que foram concluídos com sucesso até o momento em estreita cooperação com as autoridades locais, antes e durante a Copa do Mundo da Fifa em curso", completou.