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Preso palestino abandona greve de fome após 66 dias sem comer

Adnan, protagonista da greve de fome mais prolongada de um palestino preso por Israel, decidiu encerrar o protesto

ONG israelense denuncia 'forte aumento' dos casos de palestinos que Israel mantém em detenção administrativa (Shlomit Wolf/Stock.xchng)

ONG israelense denuncia 'forte aumento' dos casos de palestinos que Israel mantém em detenção administrativa (Shlomit Wolf/Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2012 às 12h42.

Ramala - O preso palestino Khader Adnan, detido sem acusações formais desde dezembro passado pelo Exército israelense, decidiu nesta terça-feira abandonar sua greve de fome após 66 dias sem comer em protesto contra sua detenção e por supostos maus-tratos por parte de soldados israelenses.

O ministro de Assuntos dos Prisioneiros palestino, Issa Karaka, confirmou à Agência Efe que Adnan, protagonista da greve de fome mais prolongada de um palestino preso por Israel, decidiu encerrar o protesto.

Uma porta-voz do Serviço de Prisões de Israel, Sivan Weizmann, confirmou a informação à Efe. 'O Ministério da Justiça informou ao Tribunal Supremo que obteve um acordo com o preso, pelo qual este se compromete a abandonar a greve de fome, mas o preso ainda não começou a ingerir alimentos'.

Segundo o serviço de notícias israelense 'Ynet', a procuradoria se comprometeu a não estender a prisão administrativa de Adnan - a prisão administrativa permite aos tribunais militares israelenses nos territórios ocupados deter uma pessoa sem apresentar acusações e com base em provas secretas que nem o preso nem seu advogado conhecem.

A decisão de Adnan, ex-porta-voz do grupo radical Jihad Islâmica de 33 anos, ocorre quando sua saúde se encontra em estado grave, afetada pela falta de ingestão de alimentos. Os médicos e advogados haviam advertido reiteradamente sobre seu risco de morte.

A alta representante de Política Externa da União Europeia (UE), Catherine Ashton, manifestou na sexta-feira passada sua preocupação com a 'saúde em deterioração' do prisioneiro e pelo 'amplo uso' que Israel faz da detenção administrativa.

Nesta terça-feira, a ONG israelense de defesa dos direitos humanos B'Tselem denunciou o 'forte aumento' dos casos de palestinos que Israel mantém em detenção administrativa, que aumentaram de 219 casos em janeiro de 2012 para 309 no primeiro mês deste ano.

'A detenção administrativa é uma detenção sem julgamento que tem como objeto impedir que uma pessoa cometa um ato que poderia pôr em perigo a segurança pública. A forma como Israel a utiliza é claramente ilegal', destacou a B'Tselem em comunicado, que pede a denúncia judicial ou a soltura de todos os presos nessa condição.

aca/sa

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