Alberto Fernández: presidente da Argentina ligou para Lula na noite de hoje (Juan Mabromata/Pool/Reuters)
Carolina Riveira
Publicado em 8 de março de 2021 às 20h39.
Última atualização em 9 de março de 2021 às 13h45.
Uma série de líderes de esquerda comentaram nesta segunda-feira, 8, a decisão sobre a anulação das condenações da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nas redes sociais, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, comemorou a decisão horas depois e disse que "a justiça foi feita".
"Comemoro que @LulaOficial tenha sido reabilitado em todos os seus direitos políticos. Foram anuladas as condenações contra ele que foram proferidas com o único fim de persegui-lo e eliminá-lo da corrida política", escreveu Fernández no Twitter.
Segundo o perfil oficial do ex-presidente Lula no Twitter, Fernández também ligou para o político brasileiro nesta noite.
Celebro que @LulaOficial haya sido rehabilitado en todos sus derechos políticos. Se anularon las condenas en su contra que fueron dictadas con el solo fin de perseguirlo y eliminarlo de la carrera política.
Se hizo Justicia!#LulaLivre https://t.co/Hog0MqFtJg— Alberto Fernández (@alferdez) March 8, 2021
O ex-presidente boliviano, Evo Morales, também escreveu que "finalmente se fez justiça" e chamou Lula de "irmão".
Morales, que historicamente tem defendido maior união entre os países sul-americanos, diz que o momento é de "alegria na pátria grande", fazendo referência à América do Sul.
O atual presidente da Bolívia, Luis Arce, do mesmo partido de Evo, o MAS, não se manifestou em suas redes sociais sobre o ex-presidente brasileiro.
Al fin se hizo justicia con el hermano @LulaOficial, víctima de una sañuda persecución y Lawfare de la derecha con fines políticos. El Tribunal Supremo de #Brasil anuló las condenas que pesaban contra él y con ello le devolvió derechos políticos. Gran alegría en la patria grande.
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) March 8, 2021
O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, que não tem perfil oficial no Twitter, enviou mensagem privada a Lula. "A luta compensa e continuaremos até o fim de nossas vidas, buscando o caminho para a fraternidade, igualdade e liberdade para todos os nossos vizinhos", escreveu Mujica a Lula, segundo informou o site Brasil 247.
Na Espanha, o líder do partido de esquerda Podemos, Pablo Iglesias, fez uma postagem em seu Twitter comemorando a decisão favorável a Lula. Na mensagem, Iglesias diz que Lula foi alvo de um processo de lawfare, termo em inglês usado para se referir ao uso do Direito com arma de guerra.
"O lawfare contra Lula para evitar que fosse candidato e abrir caminho à ultradireita exemplifica o novo modus operandi dos grandes poderemos", escreveu, terminando a mensagem com torcida para que Lula vença as próximas eleições. O Podemos, que Iglesias lidera, é parte da coalizão do governo do premiê Pedro Sanchez, do PSOE, tradicional partido de centro-esquerda que governa hoje a Espanha.
El lawfare contra Lula para evitar que fuera candidato y abrir el camino a la ultraderecha, ejemplifica el nuevo modus operandi de los grandes poderes.
Al final ha quedado en nada, pero hoy manda Bolsonaro en Brasil.
Ahora a ganar @LulaOficial ✊https://t.co/iMVuxRABWo
— Pablo Iglesias 🔻{R} (@PabloIglesias) March 8, 2021
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou nesta segunda, dia 8, as condenações de Lula decorrentes da Operação Lava-Jato. Dessa forma, o ex-presidente deixa de ser inelegível e pode concorrer às eleições de 2022.
Em nota, Fachin afirmou que considera a vara de Justiça de Curitiba, onde tramitaram os processos contra o ex-presidente, não tem competência para julgar o caso.
O ex-presidente sempre negou as acusações e se considera alvo de uma operação política contra ele liderada pelo ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Após deixar a Lava Jato, Moro assumiu o Ministério da Justiça do governo do presidente Jair Bolsonaro, cargo em que permaneceu até abril de 2020.
(Com AFP)
O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro participou do podcast semanal EXAME Política e falou sobre o futuro político do país e da pandemia de covid-19.