Muhammadu Buhari em Abuja (AFP/AFP)
EFE
Publicado em 20 de agosto de 2017 às 09h35.
Abuja - O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, retornou a seu país após três meses de tratamento médico em Londres, onde estava sendo cuidado devido a uma doença, não revelada até o momento, que o manteve ausente por vários meses no último ano.
Buhari foi recebido no aeroporto pelo presidente interino, Yemi Osinbajo, na tarde de ontem, e não fez nenhuma declaração, ainda que o gabinete presidencial tenha informado que ele falará à nação na próxima segunda-feira.
Muitos cidadãos comemoraram a chegada do presidente ao longo da estrada que liga o aeroporto com a cidade, para mostrar seu apoio após meses de ausência.
"Acolhendo com satisfação a volta do rei leão de novo ao palácio", escreveu o senador Shehu Sani na sua conta do Twitter.
Os seus 105 dias de ausência no país foi objeto de intensas críticas por parte da oposição e de ativistas, que repreenderam o Governo por não revelar a natureza da doença do presidente, bem como por ter recebido tratamento médico no estrangeiro, para eles mostra do estado dos hospitais da Nigéria.
Esta não é a primeira vez que Buhari, de 74 anos, delega a presidência a Osinbajo este ano, já que sua primeira visita médica a Londres aconteceu no dia 19 de janeiro e se prolongou por dois meses.
Suas longas ausências ao longo deste ano provocaram também fortes críticas sobre sua capacidade de continuar no cargo.
A posição do presidente é um tema sensível na Nigéria onde os aspectos regionais, étnicos e religiosos têm um papel importante na sua eleição, pelo que os partidos políticos tentam compartilhar o poder entre os diferentes grupos para evitar assim a marginalização e uma possível instabilidade.
Buhari é muçulmano, de etnia fulani e do estado norte-central de Katsina, enquanto que Osinbajo é um cristão da etnia iorubá e procedente do sudoeste.
Buhari foi escolhido presidente nas eleições de 2015, quando venceu o então presidente, Goodluck Jonathan, em uma vitória histórica, já que foi a primeira vez que um partido da oposição assumiu o poder.