Presidente sul-africano Jacob Zuma celebra vitória na Conferência Nacional do partido governista CNA em Bloemfontein, África do Sul (Mike Hutchings/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2012 às 11h40.
Bloemfontein - O partido governista Congresso Nacional Africano (CNA), da África do Sul, reelegeu o presidente Jacob Zuma como seu líder nesta terça-feira, colocando-o no caminho para mais sete anos como chefe de Estado da maior economia da África.
O movimento de libertação com 100 anos de história também escolheu o respeitado empresário Cyril Ramaphosa como vice, buscando reparar a imagem desgastada do governo de Zuma, que foi atingido por uma série de escândalos de corrupção e condução instável da economia.
Mais de 4.000 delegados do CNA que lotavam uma tenda na cidade de Bloemfontein irromperam em aplausos calorosos quando Zuma foi confirmado no topo do partido depois de confortavelmente vencer o desafiante vice-presidente Kgalema Motlanthe.
Dado o domínio nas urnas do CNA, o partido de Nelson Mandela, menos de duas décadas após o fim do apartheid, Zuma, de 70 anos, está praticamente garantido em um segundo mandato de cinco anos como presidente da África do Sul nas eleições de 2014.
O rand brevemente subiu em relação ao dólar após o anúncio, refletindo o alívio entre os investidores com as perspectivas de as políticas permanecerem praticamente inalteradas sob o comando de Zuma.
Após a votação, o presidente, que garantiu 2.995 votos de 3.977 participantes, entrou no palco para apertar as mãos dos "companheiros" do CNA -- um rótulo que reflete as raízes do CNA na luta apoiada por comunistas contra décadas de regime de minoria branca.
Zuma, um tradicionalista polígamo zulu, chegou ao poder em 2009 em meio à primeira recessão em 18 anos e teve um histórico econômico instável, culminando em violentos conflitos trabalhistas nas minas este ano, que provocou dois rebaixamentos de ratings.
Ele também foi marcado por escândalos pessoais, incluindo engravidar a filha de um grande amigo, mas sua popularidade dentro do CNA é esmagadora.
"Eu não me importo com o que as pessoas dizem sobre Jacob Zuma", disse Sinovuyo Kley, um delegado do CNA no empobrecido Cabo Oriental. "Quando você o ouve cantar, você sabe que ele é do povo. Ele fala a nossa língua e conhece nossas lutas." A eleição de Zuma desviou a atenção pela prisão de quatro supostos extremistas brancos por conspirar para explodir uma bomba na reunião e executar Zuma e os principais ministros, como parte de um plano para formar um Estado independente na chamada "nação arco-íris" de Mandela.