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Presidente Sirleaf é provável vencedora de segundo turno na Libéria

Desempate entre candidata do Partido da Unidade (UP), e Winston Tubman, do Congresso por Mudanças Democráticas (CDC), se desenvolveu "com calma, mas em atmosfera tensa"

Votações foram marcadas por baixa participação e delicada situação que se deveram, em parte, ao boicote convocado por Tubman e seu partido (Jim Watson/AFP)

Votações foram marcadas por baixa participação e delicada situação que se deveram, em parte, ao boicote convocado por Tubman e seu partido (Jim Watson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 13h19.

Monróvia - A presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, desponta nesta terça-feira como a provável vencedora do segundo turno das eleições presidenciais no país, favorecida pelo boicote da oposição, mas em uma jornada eleitoral marcada pela baixa participação.

O Projeto de Eleições da África (EAP), organização de acompanhamento dos processos eleitorais do continente, informou que o desempate entre Sirleaf, do Partido da Unidade (UP), e Winston Tubman, do Congresso por Mudanças Democráticas (CDC), se desenvolveu "com calma, mas em uma atmosfera tensa".

A baixa participação e a delicada situação que marcou essas votações se deveram, em parte, ao boicote convocado por Tubman e seu partido, que resultou, na véspera do pleito, em confrontos entre a Polícia e simpatizantes do CDC. Pelo menos três seguidores da oposição morreram.

Em resposta a esses distúrbios, as forças de segurança liberianas fecharam nesta terça-feira várias emissoras de rádio locais apoiadoras do CDC que, segundo a Polícia, transmitiam mensagens de incitação à violência.


"Quero exercer meu direito ao voto, mas me preocupo que algo possa acontecer a mim ou a meus filhos", disse à Agência Efe a eleitora Mary Dokie, registrada na capital liberiana, Monróvia.

Entre os poucos incidentes registrados nesta terça-feira, destacou-se o de alguns indivíduos - simpatizantes do CDC e proprietários de terrenos usados como colégios eleitorais no primeiro turno - que não permitiram à Comissão Eleitoral Nacional (CEN) entrar em seus domínios.

Um desses proprietários, John McCauley, filiado ao CDC, disse aos jornalistas que temia as potenciais represálias do partido se permitisse a votação em sua propriedade, já que o lema da legenda era boicotar o pleito.

"A propriedade que meu pai nos deixou de herança é para mim muito mais importante que as eleições. Portanto, não posso colocá-la em perigo", manifestou McCauley.


Este problema forçou vários eleitores a se deslocar vários quilômetros para poder votar.

Os mais de 4 mil colégios eleitorais habilitados em todo o país realizam agora a apuração das cédulas, mas a CEN não definiu ainda a data de anúncio dos resultados.

Nem a imprensa local nem a Missão das Nações Unidas na Libéria (UNMIL) informaram sobre incidentes violentos durante as votações.

No primeiro turno, realizado no dia 11 de outubro, os resultados emitidos pela CEN mostravam que Sirleaf - agraciada com o Prêmio Nobel da Paz de 2011 dias antes do pleito - havia obtido 43,9% dos votos, contra 32,7% de Tubman.

Essas eleições são as segundas que se realizam desde o fim da guerra civil que devastou a Libéria de 1989 a 2003 e causou cerca de 250 mil mortes. Por isso, a frágil democracia liberiana está em jogo.

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