Assad: "eu não posso acreditar que centenas (de rebeldes) entrem com suas armas na Síria, enquanto a Jordânia é capaz de deter uma pessoa que transporte apenas uma arma leve", disse (AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2013 às 13h34.
Damasco - O presidente da Síria, Bashar al-Assad, questionou duramente o papel da Jordânia no violento conflito sírio, de acordo com um trecho de uma entrevista que será exibida pelo canal oficial Al-Ijbariya, no dia que marca o fim da presença francesa no país, em 1946.
"Eu não posso acreditar que centenas (de rebeldes) entrem com suas armas na Síria, enquanto a Jordânia é capaz de deter uma pessoa que transporte apenas uma arma leve e que pretenda ir resistir na Palestina contra Israel", disse Assad na entrevista, segundo um trecho antecipado na página da presidência síria no Facebook.
Nas últimas semanas, os rebeldes tomaram o controle de uma faixa de 25 quilômetros no sul da Síria, na fronteira com a Jordânia, e o governo sírio acusa as autoridades jordanianas de treinar rebeldes e permitir sua entrada na Síria para unir-se aos combates contra as forças oficiais.
A entrevista de Assad ao canal Al-Ijbariya será exibida na íntegra como parte das comemorações da independência, obtida com a saída das tropas francesas do território sírio, em uma aparente tentativa de sensibilizar o patriotismo da população.
A televisão síria exibiu nesta quarta-feira cenas da época do mandato francês (1920-1946) e traçou um paralelo entre os "heróis da independência" e os atuais soldados sírios.
"A comemoração pela retirada do último soldado francês é uma página brilhante na história da Síria. E os heróis de nosso corajoso exército mantêm hoje o combate contra o terrorismo", afirmou a televisão estatal.
A França é um dos principais apoios ocidentais para a rebelião síria. O governo de Damasco afirma que o conflito perdura justamente pelo apoio estrangeiro aos insurgentes.