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Presidente português não convence com acordo de "salvação"

Aníbal Cavaco Silva não convenceu oposição a fazer parte do acordo de "salvação nacional" com conservadores antes de eleições


	Aníbal Cavaco Silva, presidente português: embora tenha expressado vontade de iniciar diálogo proposto pelo presidente, socialistas ainda defendem convocação de eleições antecipadas
 (Alfredo Rocha/Getty Images)

Aníbal Cavaco Silva, presidente português: embora tenha expressado vontade de iniciar diálogo proposto pelo presidente, socialistas ainda defendem convocação de eleições antecipadas (Alfredo Rocha/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2013 às 08h38.

Lisboa - O presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, não conseguiu convencer o principal partido da oposição, o Socialista (PS), a fazer parte do acordo de "salvação nacional" com os conservadores antes de uma eleição antecipada imediata.

Após uma reunião da cúpula dirigente e uma audiência entre Cavaco e o secretário-geral do PS, António José Seguro, o partido emitiu - quase de madrugada - um comunicado que exclui seu "apoio (ao acordo) e a qualquer solução de governo que surja da atual composição do Parlamento".

Embora tenha expressado sua disponibilidade de "iniciar o processo de diálogo" proposto pelo presidente, os socialistas mantêm sua postura de defender a convocação de eleições antecipadas imediatas.

Por outro lado, Cavaco propõe que a convocação das eleições seja realizada depois de junho de 2014, quando conclui o programa do resgate financeiro de Portugal, cujo cumprimento é o principal objetivo do acordo de salvação nacional do governo.

O Secretariado Nacional socialista também insistiu em que o processo de diálogo político deve incluir todas as forças legislativas, enquanto a iniciativa de Cavaco está limitada aos três maiores partidos, o PS, o Social Democrata (PSD, centro-direita) e o democrata-cristão CDS-PP.


A crise política vivida por Portugal desde a renúncia do ministro das Relações Exteriores, Paulo Portas, no último dia 2, deixou no ar a coalizão conservadora de governo e atrasou a próxima avaliação do programa de resgate, que deveria ter começar na última segunda-feira.

O Ministério de Finanças de Portugal, Vítor Gaspar, informou que a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que concederam o resgate a Portugal em maio de 2011, aceitaram o pedido de adiamento (em um mês e meio) da oitava avaliação do programa de ajustes, que deverá ser somada à nona no final de agosto.

O PS, que governava o país quando o resgate foi assinado, pede agora que o mesmo seja renegociado e se opõe às novas medidas de austeridade, para economizar 4,7 bilhões de euros, que deve ser concretizada na próxima avaliação.

No comunicado emitido ontem à noite, o PS lembrou a gravidade da crise econômica do país e assinalou que o diálogo proposto por Cavaco deve servir para "encontrar as soluções em prol do interesse nacional", mas também promover políticas a favor do crescimento econômico e do emprego.

As consultas sobre o governo de salvação nacional começaram na quinta-feira com uma rodada de reuniões entre Cavaco e os líderes dos três principais partidos do país.

O chefe do Estado recebeu o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (PSD), seu parceiro de governo, Paulo Portas (CDS-PP), e o socialista Antônio José Seguro.

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