O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau (c): região é reduto do grupo radical islâmico (YouTube/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2014 às 13h30.
Lagos - O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, pediu nesta terça-feira que o Senado prorrogue por mais seis meses o estado de sítio que vigora nos estados de Adamawa, Yobe e Borno, principais áreas de ação do grupo radical islâmico Boko Haram.
Se o Legislativo nigeriano aprovar a medida, seria a terceira declaração consecutiva de sítio no nordeste do país, região afundada pela violência dos insurgentes.
A primeira exceção foi imposta em maio do ano passado e depois renovada em novembro, mas a atual situação de insegurança, com frequentes atentados e o recente sequestro de 200 meninas, levou o presidente a solicitar a prorrogação.
Apesar do estado de sítio, os ataques dos radicais islâmicos aumentaram nos últimos meses.
Segundo a Anistia Internacional, nos três primeiros meses deste ano 1.500 civis morreram em ações violentas na região, o que fez alguns setores questionarem a eficácia da medida.
Desde que a polícia matou em 2009 o então líder do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que já deixou mais de três mil mortos em sua luta para impor a lei islâmica no país, de população majoritariamente cristã no sul e muçulmana no norte.
A Nigéria é o país mais povoado da África, tem 170 milhões de habitantes distribuídos em mais de 200 grupos tribais, e sofre inúmeras tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.