Presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes: país foi suspenso em castigo pela cassação de Fernando Lugo em um julgamento político do Parlamento (REUTERS/Jorge Adorno)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2013 às 23h15.
Assunção - O presidente eleito paraguaio, Horacio Cartes, disse nesta quarta-feira que seu governo vai manter sua postura contra o Mercosul, bloco regional que espera a reincorporação do país após sua posse, no próximo dia 15 de agosto.
"Eles dizem que o Paraguai tem que entrar de fato e é o esforço que vamos seguir fazendo, que o direito, é o que temos que entender, que pedimos simplesmente um Estado de Justiça para que realmente possamos chegar ao ansiado Estado de Direito", declarou de forma confusa Cartes, segundo um comunicado de seu chefe de imprensa.
O presidente se referia à posição do Paraguai após a cúpula do Mercosul no último dia 12 em Montevidéu, onde a Venezuela assumiu a presidência semestral e os membros aprovaram revogar a suspensão imposta aos paraguaios.
O Paraguai foi suspenso do bloco no dia 29 de junho de 2012 em castigo pela cassação de seu presidente Fernando Lugo em um julgamento político do Parlamento.
Nessa mesma data, Brasil, Argentina e Uruguai aprovaram a entrada da Venezuela, que o Senado paraguaio bloqueou durante anos.
Cartes tinha condicionado a restauração das relações com o Mercosul a que fosse o Paraguai que assumisse agora a presidência, e não a Venezuela.
"Vou insistir com muito interesse nestas relações bilaterais, necessitamos andar bem com os países. Tudo o que pedimos é direito, que é justiça. O que é do Paraguai é do Paraguai, o que é da Venezuela é da Venezuela, isso é justiça", destacou hoje Cartes.
"O que queríamos é o Estado de Direito, o respeito ao Paraguai e à própria institucionalidade do Mercosul", insistiu, sem especificar a que se referia.
O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, disse na segunda-feira passada que espera que Cartes aceite o reingresso de seu país ao Mercosul após sua posse e destacou que até agora "está falando como governo eleito, mas ainda não como investido".
"São opiniões deles, não são opiniões nossas", replicou hoje o assessor de assuntos internacionais de Cartes, Eladio Loizaga, segundo o mesmo comunicado.
"A posição do presidente eleito, o senhor Horacio Cartes, está muito clara e muito compreensível em seu pronunciamento e a isso temos que nos ater", expressou.