Novo presidente do Paraguai, Federico Franco, discursa depois de assumir o poder: o atual período governamental será concluído em 15 de agosto de 2013 (Reuters/Mario Valdez)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2012 às 17h18.
Assunção - O presidente do Paraguai, Federico Franco, cogitou nesta terça-feira a possibilidade de decidir, através de um referendo nas eleições gerais de abril de 2013, a continuidade ou não de seu país no Mercosul, depois da sanção imposta pelo bloco regional.
"Podemos convocar um referendo e perguntar ao povo nas eleições de abril do ano que vem o que eles querem", disse Franco sobre a situação pela qual atravessa seu país, suspenso desde junho pelo Mercosul e também pela União de Nações Sul-americanas (Unasul).
"A pergunta é: Pode um governo de um ano tomar uma decisão tão drástica como a de nos retirar do Mercosul ou é melhor aguentar, esperar e deixar as condições para que o próximo governo decida?", indagou o governante em entrevista à rádio paraguaia "970 AM".
O próprio líder, que assumiu o cargo em 22 de junho após a destituição de Fernando Lugo através de um "julgamento político" parlamentar, respondeu à questão.
"Não vou tomar nenhuma decisão que possa ser prejudicial para o país e que seja simpática para uma ou duas pessoas. Em todo caso, minha decisão vai ser tomada sempre em base no benefício que possam receber os habitantes do meu país, a quem devo", afirmou.
O chefe de Estado se expressou nesses termos no momento em que aumentou o debate político local sobre a possibilidade de continuidade ou não do Paraguai dentro do Mercosul e um dia antes que se completasse o quarto e penúltimo ano de mandato que tinha iniciado como vice-presidente junto a Lugo. O atual período governamental será concluído em 15 de agosto de 2013.
Os presidentes de Brasil, Argentina, e Uruguai aplicaram no dia 29 de junho a suspensão temporária do Paraguai em uma cúpula realizada na cidade argentina de Mendoza, argumentando que no país aconteceu uma "quebra democrática" com a destituição de Lugo.
Nessa reunião também foi decidida a formalização da entrada da Venezuela no bloco, oficializada em uma cúpula extraordinária realizada em Brasília, no dia 31 de julho.