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Fernando Lugo cancela viagem à Cúpula Rio+20 devido a conflito agrário

Lugo será representado por seu ministro das Relações Exteriores, Jorge Lara Castro

Lugo, presidente do Paraguai: EPP é uma organização criminosa que se diz marxista e leninista (Getty Images)

Lugo, presidente do Paraguai: EPP é uma organização criminosa que se diz marxista e leninista (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2012 às 11h32.

Assunção - O presidente paraguaio, Fernando Lugo, cancelou nesta terça-feira a viagem à Cúpula Rio+20 devido a uma crise política gerada pelos violentos confrontos que deixaram 17 mortos na sexta-feira em Curuguaty (250 km a nordeste de Assunção), disseram fontes governamentais.

Lugo será representado por seu ministro das Relações Exteriores, Jorge Lara Castro, informaram porta-vozes oficiais a jornalistas credenciados no palácio presidencial.

O presidente, que deveria discursar na quarta-feira na Conferência de Desenvolvimento Sustentável da ONU, no Rio de Janeiro, vive uma crise política provocada pelo descontentamento de seus principais aliados do Partido Liberal pela nomeação de Rubén Candia, do opositor Partido Colorado, à frente do Ministério do Interior, em substituição a Carlos Filizzola.

Filizzola foi destituído no sábado após os confrontos entre camponeses sem-terra e a polícia na sexta-feira, que deixaram seis policiais e 11 camponeses mortos.


A mudança na pasta foi considerada uma tentativa de aplacar a ira dos opositores, que o ameaçam de julgamento político.

Ele também substituiu Paulino Rojas na Chefia de Polícia pelo delegado Arnaldo Sanabria.

A oposição responsabiliza Lugo pelos conflitos sangrentos da sexta-feira durante a retirada de camponeses sem-terra de uma propriedade do político colorado e empresário (do setor dos supermercados) Blas Riquelme.

Os sem-terra asseguram que o local pertence ao Estado e que o mesmo havia sido transferido ao empresário durante a ditadura do general Alfredo Stroessner (1954-89) em um processo confuso e corrupto.

O promotor geral do Estado, Javier Díaz Verón, anunciou que 54 camponeses tinham sido acusados pelos incidentes da sexta-feira. Doze deles estão detidos.

O comitê político do Partido Liberal decidiu nesta quinta-feira pedir ao presidente a remoção, não só do novo ministro do Interior, mas também do novo comandante policial, bem como de outros cargos.

Paralelamente, organizações camponesas anunciaram que a morte de agricultores de Curuguaty intensificará sua luta para recuperar as terras de Riquelme.

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