Mahmoud Abbas: Abbas pediu ao Hamas que devolva o controle de Gaza (Abbas Momani/AFP)
EFE
Publicado em 21 de julho de 2017 às 19h03.
Ramala - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, anunciou nesta sexta-feira em um discurso na televisão estatal que suspende toda as comunicações com Israel até que as suas autoridades retirem os detectores de metal instalados no entorno da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém.
"Rejeitamos os detectores eletrônicos. Jerusalém é a capital da Palestina", disse Abbas, que fez um pedido à ONU para que proteja o povo palestino e outro ao movimento islamita Hamas (que controla a faixa de Gaza) para que apoie seu governo.
O cancelamento dos contatos poderia incluir a coordenação em matéria de segurança, que a ANP mantém com Israel em virtude dos Acordos de Oslo de 1993-1995.
Abbas pediu ao Hamas que devolva o controle de Gaza e a realização de eleições presidenciais e parlamentares.
O anúncio do presidente palestino acontece um dia após o líder politico do Hamas, Ismail Haniya, exigir o fim da coordenação de segurança com Israel.
O presidente da ANP pediu, além disso, a todos os funcionários que doem um dia do seu salário para Jerusalém e anunciou que serão destinados US$ 25 milhões a projetos na parte oriental da cidade, que foi ocupada por Israel na Guerra dos Seis Dias de 1967.
Abbas retornou nesta sexta-feira de uma viagem oficial à Ásia, que abreviou perante a situação de tensão em Jerusalém e na Cisjordânia, onde os distúrbios registrados nos protestos palestinos de hoje contra as novas medidas de segurança israelenses na Mesquita de Al-Aqsa terminaram com três palestinos mortos e 450 feridos, além de quatro policiais israelenses também feridos.
O primeiro-ministro de Israel, Benajamin Netanyahu, "e o seu desejo de sabotar qualquer possibilidade de paz tem toda a responsabilidade", disse à Agência Efe o porta-voz da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) Xavier Abu Eid, para quem o problema não se trata somente de um "conflito entre judeus e muçulmanos".
"Isso não tem nada que ver nem com segurança nem com nada. É simplesmente o desejo de incomodar e humilhar" acrescentou.
Israel impôs novas medidas de segurança e restrições nos acessos à Esplanada das Mesquitas, local sagrado para muçulmanos e judeus, após um atentado no último dia 14 de julho no qual morreram dois policiais e os três agressores, árabe-israelenses, que foram abatidos pelas forças de segurança de Israel.