Rodrigo Duterte: senador Richard Gordon disse que Duterte se expôs a possíveis procedimentos de impeachment após comentários (Reuters)
Reuters
Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 09h09.
Última atualização em 15 de dezembro de 2016 às 12h48.
Manila - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, corre risco de impeachment por ter admitido que matou criminosos "pessoalmente" quando era prefeito da cidade de Davao, disseram dois senadores filipinos.
O líder polêmico se gabou nesta semana a líderes empresariais que, quando era prefeito de Davao, costumava patrulhar as ruas em uma moto grande procurando "um encontro para matar", só para mostrar aos agentes da lei que era capaz disso.
"Costumava fazê-lo pessoalmente", disse Duterte. "Se eu sou capaz, por que vocês não?".
Mais de duas mil pessoas foram mortas pela polícia em operações contra as drogas desde que Duterte se tornou presidente, em julho. Quase todas foram baleadas ao resistir à prisão.
Outras três mil mortes estão sendo investigadas, e críticos as consideram execuções de vigilantes.
A senadora Leila de Lima, crítica ferrenha de Duterte, disse que a confissão do presidente pode justificar um impeachment.
"Isso é traição da confiança pública e constitui crime grave, porque assassinatos em massa certamente entram na categoria de crime grave. E crime grave é motivo para impeachment pela constituição", disse Leila à rede CNN nesta quinta-feira.
O senador Richard Gordon, que preside o Comitê de Justiça do Senado, também disse que Duterte se expôs a possíveis procedimentos de impeachment após seus comentários controversos.
"Quando ele diz isso, está se expondo, então qual é o caminho legal, é ir adiante e impedi-lo", afirmou ele aos repórteres, acrescentando que não ficou surpreso com a declaração.
Os aliados de Duterte no Congresso desafiaram os opositores e críticos do líder a apresentarem uma moção de impedimento, dizendo que retirá-lo por meio de um processo político é uma questão numérica - há menos de 50 parlamentares oposicionistas na câmara baixa de 293 cadeiras do Congresso. É necessário ter dois terços destes votos para afastar um presidente filipino.