Taiwan: o mais novo presidente, Lai Ching-te, defendeu a independência de Taiwan em relação à China (Annabelle Chih/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 13 de janeiro de 2024 às 16h35.
Última atualização em 13 de janeiro de 2024 às 16h45.
O presidente eleito de Taiwan, Lai Ching-te, prometeu defender a independência de fato da ilha em relação à China e alinhá-la ainda mais com outras democracias. Lai, de 64 anos, saiu vitorioso nas eleições deste sábado, 13, na ilha de 23 milhões de habitantes que a China reivindica como sua.
Atualmente, ele é vice-presidente e integra o Partido Democrático Progressista (DPP), o mesmo da presidente em fim de mandato, Tsai Ing-wen. O partido rejeita as reivindicações de soberania da China sobre Taiwan.
Lai obteve 40,1% dos votos, de acordo com a contagem quase definitiva da Comissão Eleitoral Central, garantindo ao Partido Democrático Progressista um terceiro mandato consecutivo.
A apoiadores, Lai disse que Taiwan "continuará a caminhar lado a lado com democracias de todo o mundo". "Estamos dizendo à comunidade internacional que, entre a democracia e o autoritarismo, estaremos do lado da democracia", afirmou.
Lai prometeu fortalecer a defesa e a economia da ilha, que depende fortemente do comércio com a China. Ao mesmo tempo, o novo presidente manifestou o desejo de reiniciar o diálogo com a China.
"Estamos prontos e dispostos a nos envolver para mostrar mais às pessoas de ambos os lados do Estreito de Taiwan: a paz não tem preço e a guerra não tem vencedores", disse ele no início da semana.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi questionado sobre as eleições em Taiwan ao deixar a Casa Branca no sábado para passar o fim de semana em Camp David, o retiro presidencial em Maryland, nos EUA. "Não apoiamos a independência", disse ele.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, parabenizou Lai e Taiwan por seu "sólido sistema democrático".
Os Estados Unidos apoiam Taiwan, mas mantêm relações diplomáticas plenas com a China, que exige que os países que estabelecem relações com Taipé não tenham laços com Pequim. A União Europeia parabenizou "todos os eleitores" que participaram deste exercício democrático.
"Nos oporemos firmemente às atividades separatistas visando à independência de Taiwan, assim como à interferência estrangeira", afirmou Chen Binhua, porta-voz do escritório chinês responsável pelas relações com Taiwan.
O Exército chinês prometeu na sexta-feira "esmagar" qualquer tentativa de "independência" de Taiwan, localizada a 180 km do continente.
Taiwan e a China continental estão separados de fato desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram as forças nacionalistas, que se refugiaram na ilha e impuseram uma autocracia que se transformou em uma democracia na década de 1990.
Ele disse que Pequim se opõe firmemente às "atividades separatistas que visam a 'independência de Taiwan', bem como à interferência estrangeira" e que trabalhará com "partidos políticos relevantes" para "promover o desenvolvimento pacífico das relações através do Estreito" de Taiwan, informou a Xinhua.