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Presidente do México justifica asilo de Morales e cita "golpes de estado"

Morales renunciou à presidência da Bolívia em 10 de novembro, em meio a protestos contra sua reeleição num pleito denunciado por irregularidades

Evo Morales: ex-presidente da Bolívia conseguiu asilo no México após renunciar ao cargo (picture alliance / Colaborador/Getty Images)

Evo Morales: ex-presidente da Bolívia conseguiu asilo no México após renunciar ao cargo (picture alliance / Colaborador/Getty Images)

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AFP

Publicado em 24 de novembro de 2019 às 19h08.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse neste domingo (24) que concedeu asilo político ao ex-presidente da Bolívia Evo Morales devido à sua convicção de que autoridades legítimas não devem ser removidas à força ou com "golpe de estado".

"Não queremos aqui no México golpes de Estado, não queremos a imposição pela força, e aqui aproveito a oportunidade para dizer para vocês que por isso... foi dado asilo humanitário e político ao presidente boliviano, Evo Morales", disse Obrador num evento no estado de Guerrero (sul).

"Fazemos por convicção, mas também fazemos para que a força não seja usada para remover uma autoridade legal e legitimamente constituída", acrescentou.

Morales renunciou à presidência da Bolívia em 10 de novembro, em meio a protestos contra sua reeleição num pleito denunciado por irregularidades e depois de perder o apoio da polícia e das forças militares. Em seguida, foi para o exílio no México, alegando ser vítima de golpe de estado. Após sua queda, o governo da Bolívia ficou a cargo da senadora de oposição Jeanine Áñez, que se autoproclamou presidente interina.

López Obrador citou o caso Morales para defender uma reforma constitucional que reduz os requisitos para organizar referendos no México e até permite que o mandato do presidente seja revogado por meio de uma consulta aos cidadãos.

"O presidente da república será submetido a uma consulta em 2022. Será perguntado ao povo, quer que o presidente continue ou renuncie? Porque o povo coloca e o povo tira e isso já está estabelecido no Constituição", disse o governante de 66 anos, cujo mandato termina em 2024.

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