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Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Presidente do México responde a ameaças de Trump sobre tarifas e reforça estratégia de migração

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 28 de novembro de 2024 às 16h25.

Última atualização em 29 de novembro de 2024 às 09h43.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta quinta-feira, 28, que “não haverá guerra tarifária” com os Estados Unidos, apesar das ameaças do presidente eleito, Donald Trump, de impor um imposto de 25% sobre todos os produtos mexicanos.

“Não haverá uma possível guerra tarifária”, declarou Sheinbaum em entrevista coletiva, um dia depois de falar por telefone com Trump sobre temas como migração e tráfico de drogas.

As declarações da presidente mexicana contrastam com a carta que ela enviou ao presidente americano na terça-feira, na qual advertia que “uma tarifa será seguida por outra em resposta” e na qual rejeitava suas “ameaças”.

Divergências sobre tarifas e migração

Sheinbaum afirmou que não falou de “tarifas” no telefonema de ontem para Trump, que anunciou na segunda-feira que uma de suas primeiras ordens executivas será impor impostos de 25% sobre “todos os produtos” vindos de México e Canadá, até que a “invasão” de migrantes ilegais e drogas, particularmente o fentanil, seja “interrompida”.

O presidente mexicano acrescentou que Trump reconheceu os esforços do México para combater o tráfico de drogas, como a campanha iniciada pelo ex-presidente Andrés Manuel López Obrador que destaca que “o fentanil mata”.

Sheinbaum lembrou que Trump “afirma que a questão da migração, na fronteira” e “o fentanil” são questões que o preocupam, e esse foi o argumento para impor tarifas.

Após a conversa, Trump garantiu na rede social Truth Social que Sheinbaum “concordou em interromper a migração através do México e para os EUA, fechando efetivamente a fronteira”, enquanto ela postou no X (ex-Twitter) que “reiterou que a posição do México não é fechar fronteiras”.

Migração mexicana

“O que eu coloquei para o presidente Trump é a estratégia de migração que está em vigor há meses”, que foi fortalecida desde janeiro de 2024, diante de um aumento na migração ocorrido, principalmente, nos últimos meses de 2023. “Estamos fortalecendo essa estratégia abrangente”, comentou Sheinbaum.

Na quarta-feira, a presidente e as câmaras do setor privado apresentaram um novo conselho empresarial como uma frente unida para combater as tarifas de Trump e apoiar o governo na revisão do Acordo México-EUA-Canadá (T-MEC).

Preocupação com fentanil

Trump também expressou sua preocupação com a crise do consumo de fentanil que atinge os Estados Unidos, conforme relatado por Sheinbaum, e perguntou se o México enfrentava um problema semelhante.

A mandatária respondeu que o consumo dessa droga é "muito baixo" no México, o que levou o magnata a querer saber as razões. Sheinbaum argumentou que isso se devia ao cuidado que as famílias mexicanas dedicam a seus membros e a uma ampla campanha de comunicação e prevenção implementada pelo governo anterior.

"Ele se interessou muito [...], pediu que lhe enviássemos o que foi feito na administração passada, e o chanceler enviou no próprio dia de ontem [quarta-feira] à sua equipe [de Trump]", relatou a presidente.

Em sua carta de terça-feira, Sheinbaum atribuiu a "epidemia" de fentanil nos Estados Unidos a "um problema de consumo e de saúde pública".
Trump, por sua vez, atribui as dezenas de milhares de mortes por overdose deste opioide sintético em seu país aos cartéis de drogas mexicanos.

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