Jalal Talabani: caso o cargo do presidente iraquiano ficar vago, um novo líder deve ser eleito pelo Parlamento (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2012 às 15h17.
Badgá - O presidente iraquiano, Jalal Talabani, um curdo que tem feito a mediação entre partidos xiitas, sunitas e curdos do país, foi internado depois de sofrer um acidente vascular cerebral que o deixou em "estado crítico, mas estável", disseram fontes do governo nesta terça-feira.
Se Talabani ficar incapacitado, o Iraque perderia um negociador influente que muitas vezes entrou em cena para aliviar as tensões no frágil governo de partilha de poder e entre o governo central e a região autônoma do Curdistão.
O gabinete de Talabani disse que o presidente foi internado em um hospital de Bagdá na noite de segunda-feira e que o presidente, de 79 anos, estava em condições estáveis sob vigilância médica intensiva após receber tratamento para artérias bloqueadas.
"Ele foi transferido para o hospital na noite passada, depois de sofrer um acidente vascular cerebral", informou um oficial curdo.
Talabani vinha sofrendo de problemas de saúde este ano e recebeu tratamento médico no exterior várias vezes nos últimos dois anos.
O primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, visitou o presidente no hospital em Bagdá nesta terça-feira.
Segundo a Constituição do Iraque, o Parlamento deve eleger um novo presidente se o cargo ficar vago. Dentro do acordo de partilha do poder do Iraque, a presidência deve ir a um curdo, enquanto duas posições de vice-presidente são compartilhadas por um muçulmano sunita e um xiita.
Talabani recentemente ajudou a aliviar um impasse militar entre o governo central de Maliki e o presidente do Curdistão, Masoud Barzani, em uma disputa sobre direitos de campos de petróleo e limites internos. Ambas as regiões enviaram tropas para reforçar posições ao longo de sua fronteira interna.
Um veterano da guerrilha curda, Talabani sobreviveu a guerras, exílio e lutas no norte do Iraque para se tornar o primeiro presidente curdo do país poucos anos após a invasão de 2003 que derrubou Saddam Hussein.