Hassan Rohani: o presidente havia sido criticado por não ter designado mulheres para o ministério (Adrees Latif/Reuters)
AFP
Publicado em 9 de agosto de 2017 às 11h08.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, muito criticado por não ter designado mulheres para o ministério, nomeou duas vice-presidentes e uma assistente especial em seu gabinete ampliado, anunciou o governo.
Masumeh Ebtekar foi designada vice-presidente para as Mulheres e a Família; Laya Yoneydi vice-presidente para questões jurídicas; e Shahindojt Molaverdi, assistente especial para os direitos dos cidadãos.
O gabinete ampliado tem uma mulher a menos que o governo anterior, que incluía três vice-presidentes e uma assistente especial.
Rohania ainda precisa designar um ministro e nove vice-presidentes, mas a princípio nenhum destes cargos será ocupado por uma mulher.
Ao contrário dos ministros, os vice-presidentes não precisam obter a confiança do Parlamento, que se pronunciará em breve sobre cada ministro proposto.
O presidente iranianos foi muito criticado, sobretudo pelos reformistas, por não ter nomeado mulheres para o ministério e por não ter aproveitado para rejuvenescer o gabinete.
A idade média do Executivo é 58 anos (no mandato anterior era 57 anos), apesar de o ministro das Telecomunicações, Mohamad Javad Azari Jahromi, ter apenas 36 anos.
Zahra Shoyaie, presidente do novo Partido de Mulheres Reformistas, admitiu à AFP que não ficou surpresa com a decisão de Rohani, pela oposição de alguns deputados e figuras religiosas.
Muitos deputados independentes "são hostis à nomeação de mulheres como ministras", declarou.
Há alguns dias, no entanto, 157 deputados (dos 290 membros do Parlamento iraniano), escreveram ao presidente Rohani para pedir a nomeação de mulheres ao ministério.
O ex-presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad (2005-2013) foi o único presidente desde a Revolução Islâmica de 1979 a designar uma mulher como ministra.