Rafael Correa: "Será maravilhoso se o secretário de Estado puder nos visitar e obviamente será recebido com o carinho", declarou o presidente do Equador (AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 15h54.
Quito - Após as recentes tensões com os Estados Unidos, o Equador está disposto a receber com respeito o secretário americano de Estado, John Kerry, e uma eventual visita do mesmo seria maravilhosa, declarou o presidente Rafael Correa nesta quarta-feira.
Kerry falou por telefone com o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, no início do mês para discutir as controvérsias entre os dois governos, o que levou ao planejamento de um encontro entre os dois funcionários para as próximas semanas em um local a ser definido.
"Será maravilhoso se o secretário de Estado John Kerry puder nos visitar e obviamente será recebido com o carinho, respeito e o apreço pessoal em relação a ele e ao povo americano", declarou Correa em uma entrevista ao canal GamaTV.
O presidente reativou semanas atrás suas críticas em relação a Washington pela participação da CIA em um ataque colombiano, em 2008, contra um acampamento da guerrilha comunista das Farc em território equatoriano, denunciou o jornal The Washington Post.
O ataque, considerado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) como uma violação à soberania equatoriana, levou à ruptura temporária das relações diplomáticas entre Quito e Bogotá.
Correa exigiu explicações sobre a informação publicada pelo The Washington Post, ao mesmo tempo em que pediu a saída de militares americanos mobilizados na embaixada em Quito por considerar o número de efetivos injustificado e desproporcional.
Já os Estados Unidos questionaram os vínculos de Quito com Irã e Belarus, o asilo concedido ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado na embaixada equatoriana em Londres, e a conflitiva relação de Correa com a imprensa.
Em um aparente sinal de distensão, Correa descreveu Kerry como um "homem legal e uma boa pessoa" e ressaltou que suas críticas em relação aos Estados Unidos respondem exclusivamente à política externa do país.
"Nós nos opomos a políticas, sobretudo a políticas em relação à América Latina, não somos contra as pessoas, menos ainda ao povo americano, de quem gosto tanto", sustentou Correa, um economista de 50 anos formado em universidades americanas.