Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu: segundo ele, foi alcançado um acordo com a Turquia para conter o fluxo de migrantes para a Europa (John Thys/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2015 às 14h37.
O presidente do Conselho Europeu afirmou hoje (29) que foi alcançado um acordo com Ancara para conter o fluxo de migrantes para a Europa. "Depois de muitas semanas de duro trabalho e conversas difíceis chegamos a um acordo, que espero que seja hoje aceito por todas as partes", disse Donald Tusk, ao chegar à cimeira dos líderes da União Europeia com a Turquia, que acontece na Bélgica.
Tusk convocou a reunião para decidir o que é possível fazer na UE e na Turquia, em primeiro lugar, para conter a crise migratória, especificamente no que diz respeito à cooperação que tem como objetivo conter o fluxo dos refugiados para a Europa.
Ele insistiu que a cimeira tem uma dimensão mais ampla, de "revitalizar" as relações com a Turquia, incluindo o processo de adesão do país ao bloco.
Ele lembrou que a Turquia é um parceiro-chave na luta contra o terrorismo. "Os dias recentes têm demonstrado como é importante a cooperação no contexo geopolítico e estratégico", assinalou, defendendendo que "o mais importante é a nossa responsabilidade e o nosso dever de proteger as nossas fronteiras externas".
Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a Turquia acolhe 2,5 milhões de refugiados e que a UE precisa de um acordo com o país sobre como "conter o fluxo ao máximo" dessas pessoas para a Euorpa.
Para Juncker, a Turquia deve proteger ao máximo as suas fronteiras internas e a UE, por sua vez, deve "contribuir para o realojamento de sírios".
Jean-Claude Juncker espera que seja possível chegar a um acordo e lembra que já está definido, em princípio, que a Turquia receberá 3 bilhões de euros, sendo que 2,5 bilhões serão aportados pelos países membros do bloco.
Como será feita essa transferência é a principal questão em discussão e, de acordo com Juncker, o tema "não será abordado hoje, mas sim nas próximas semanas".