Chile: manifestantes protestaram por dias contra o governo do país (Juan Gonzalez/Reuters)
EFE
Publicado em 23 de outubro de 2019 às 07h03.
Última atualização em 23 de outubro de 2019 às 15h46.
Santiago — O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou na terça-feira uma agenda social para promover reformas do sistema previdenciário e de saúde, elevar o salário mínimo e reduzir as tarifas de energia, uma medida que visa atender às demandas feitas pelos manifestantes nos protestos registrados no país nos últimos dias.
Piñera apresentou as medidas em discurso feito em rede nacional de televisão no quinto dia de maciços protestos dos chilenos para exigir um país menos desigual. No pronunciamento, o presidente reconheceu que faltou a ele visão para entender a dimensão dos problemas e pediu perdão por ter demorado a agir para corrigir a situação.
Apesar do pedido de desculpas, o presidente chileno disse que manterá o estado de emergência para conter os protestos. As Forças Armadas, acusadas de reprimir violentamente as manifestações, seguirão nas ruas para controlar a ordem pública e fazer valer os toques de recolher decretados em quase todas as regiões do país.
Além das mudanças no sistema previdenciário, uma das principais exigências feitas pelos manifestantes nas ruas do Chile, a agenda social anunciada por Piñera prevê aumento de impostos para os mais ricos, uma forma de financiar as demais medidas do pacote, e a criação de uma defensoria para vítimas de crimes.
Piñera anunciou que exigiu a tramitação urgente no Congresso de um projeto que já havia sido enviado pelo governo para criar o Seguro de Doenças Catastróficas, uma forma de, segundo ele, "garantir um teto para a despesa de saúde das famílias".
O pacote inclui a redução dos altos salários da administração pública, o corte do número de parlamentares no Congresso e uma limitação das vezes que eles poderão se reeleger no futuro.
O presidente também prometeu a criação de um mecanismo de estabilização das tarifas elétricas que permitirá revogar a recente alta de 9,2%, e a criação de uma ajuda do governo para aqueles trabalhem em jornada completa, mas que que recebam menos de 350 mil pesos chilenos (US$ 482).
Por fim, Piñera propôs um plano de US$ 350 milhões para recuperar áreas destruídas pelos atos de violência nos protestos no Chile.