Chile: medida foi adotada em meio a protestos contra o governo (Agencia Makro/Getty Images)
EFE
Publicado em 6 de novembro de 2019 às 14h01.
Santiago — O presidente do Chile, Sebastián Piñera, assinou nesta quarta-feira um projeto de lei que estabelece uma renda mínima para trabalhadores de 350 mil pesos (cerca de R$ 1,8 mil), uma das medidas da agenda lançada pelo governo em resposta à crise social.
É um subsídio estatal que beneficiará 540 mil trabalhadores vulneráveis cujos salários excedem o salário mínimo (301 mil pesos, cerca de R$ 1,6 mil), mas não chegam a 350 mil pesos.
"Quase todos os beneficiários desse subsídio estatal trabalham em pequenas e médias empresas", disse Piñera, em uma cerimônia na sede do governo, destacando que essa medida terá um custo considerável para os cofres fiscais de aproximadamente 190 milhões de pesos (cerca de R$ 1 milhão) no primeiro ano.
"Com isso estamos respondendo com fatos e não apenas com boas intenções ao que as pessoas exigiram com tanta força", afirmou Piñera.
A renda mínima garantida é um dos pontos da agenda social que o presidente apresentou no dia 22 de outubro, no auge dos protestos que deixaram 20 mortos e milhares de presos e feridos.
O plano do governo também inclui o aumento das pensões, além da redução dos salários dos parlamentares, melhora na saúde pública e estabilização dos preços de serviços como luz elétrica e das passagens do metrô, entre outras medidas.
O presidente chileno destacou hoje se tratar de uma agenda muito vasta que abrange questões "muito sensíveis e muito exigidas pelos chilenos" e que beneficiará mais de 15 milhões de cidadãos.
Sebastián Piñera também se referiu à violência ocorrida durante 20 dias, deixando milhares de feridos, tanto civis quanto representantes das forças de segurança, e descartou que o governo está dando tratamento preferencial aos policiais feridos nos conflitos.