Benjamin Netanyahu: primeiro-ministro tenta mais um mandato (Ronen Zvulun/Reuters)
AFP
Publicado em 25 de setembro de 2019 às 14h54.
Última atualização em 25 de setembro de 2019 às 16h23.
São Paulo - O presidente de Israel, Reuven Rivlin, anunciou nesta quarta-feira que encarregou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de formar o próximo governo, após eleições legislativas que mergulharam o país em um impasse político.
"A responsabilidade de formar o próximo governo será dada ao primeiro-ministro e líder do Likud, Benjamin Netanyahu", disse a presidência em comunicado.
Adversário de Netanyahu nas última eleições legislativas em Israel, Benny Gantz se recusou a participar de um governo dirigido por um primeiro-ministro que poderá ser processado.
"O Partido Azul e Branco que eu dirijo não aceitará uma vaga em um governo, no qual seu chefe está sob uma grave acusação", declarou Gantz em sua página no Facebook, referindo-se a Benjamin Netanyahu.
O premiê deve ser ouvido por acusações de "fraudes" e "malversação".
Netanyahu e Gantz haviam se reunido na segunda-feira com o presidente Rivlin para que tentassem chegar a um acordo para formar um governo de união, onde ambos poderiam se revezar no cargo de primeiro-ministro.
Nas eleições de 17 de setembro, o partido Azul e Branco (centro), de Benny Gantz, conquistou 33 cadeiras, enquanto o Likud, de Benjamin Netanyahu (direita), obteve 31.
Com o apoio de seus aliados, os partidos conservadores e religiosos, por um lado, e os progressistas e árabes, por outro, Netanyahu e Gantz obtiveram 55 e 54 deputados, respectivamente, e não atingiram o limite dos 61 para garantir a maioria na assembleia.
A aliança árabe ressaltou que sua intenção era ajudar a tirar Netanyahu do poder, sem necessariamente apoiar as políticas de Benny Gantz. A Lista Unida de partidos árabes obteve 13 deputados e se tornou a terceira força política no Parlamento.
O primeiro-ministro tem a partir de agora um prazo de seis semanas para angariar mais apoiadores e conseguir formar governo. Caso não consiga, existe a possibilidade da oportunidade ser oferecida a Gantz, ou de novas eleições serem convocadas.
Israel já passou por dois processos eleitorais em 2019. Em abril Netanyahu já havia sido escolhido para formar governo e não conseguiu, levando à dissolução da Knesset. Os resultados no início do ano foram similares aos do pleito de setembro, com Gantz e Netanyahu praticamente empatados.