O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos: ''Votem pelo desenvolvimento da democracia'' (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2012 às 20h12.
Luanda - Após depositar seu voto na urna e participar das eleições gerais de Angola, que ocorre nesta sexta-feira, o presidente José Eduardo dos Santos pediu para os cidadãos do país comparecerem às urnas para defender ''o desenvolvimento da democracia''.
''Votem pelo desenvolvimento da democracia. Este momento é importante porque todos podem exercer este direito de maneira responsável'', afirmou o líder enquanto votava no colégio eleitoral de Yara Jandira, em Luanda.
Na Presidência de Angola há quase 33 anos como líder do Movimento Popular para a libertação de Angola (MPLA), Santos declarou estar ''muito satisfeito'' com o andamento das eleições porque, em sua opinião, o processo está funcionando corretamente e com tranquilidade em todo o país.
Por outro lado, Isaias Samakuva, líder do principal partido opositor, a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), reiterou a intenção de seu partido de não considerar os resultados desse pleito por causa de supostas irregularidades no processo eleitoral.
''Vamos contestar os resultados porque, no caso da província de Luanda, a Comissão Eleitoral Nacional não credenciou mais de 2 mil delegados nossos, o que quer dizer que a Unita não pode assegurar a veracidade dos resultados em mais de mil mesas (eleitorais)'', assegurou Samakuva.
Em Luanda, após a formação de longas e exaustivas filas nas primeiras horas do pleito, o número de eleitores foi se reduzindo com o passar do tempo.
As ruas da capital, habitualmente cheia de carros, estavam desertas, enquanto os cidadãos, a maioria com o dedo indicador direito manchado de tinta, sinal de que votaram, caminhavam de volta a suas casas.
O partido MPLA, de Santos - que assumiu a Presidência de Angola em 1979 -, parte como favorito nessa eleição.
Segundo as autoridades locais, mais de 9,7 milhões de angolanos deverão comparecer às urnas para escolher os 220 deputados da Assembleia Nacional. Essa é a terceira eleição do país africano desde a independência de Portugal, em 1975, e a segunda desde o fim da guerra civil, em 2002.
De acordo com a nova Constituição aprovada em 2010, que eliminou a escolha direta do presidente da República, o cabeça da lista do partido que ganhar as eleições se transformará no chefe do Estado, enquanto o segundo na relação exercerá o papel de vice-presidente.
Para evitar possíveis confrontos, a Polícia Nacional desdobrou cerca 70 mil soldados, que vigiarão, entre outros pontos, os 10.349 colégios eleitorais do país, enquanto 1,5 mil observadores nacionais e 700 internacionais acompanham o desenvolvimento das votações.