Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante uma conferência de imprensa no Palácio Miraflores, em Caracas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 21h57.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou nesta sexta-feira um diálogo com o mandatário dos Estados Unidos, Barack Obama, para melhorar as complicadas relações diplomáticas entre os dois países.
A história recente das nações está repleta de confrontos. Na segunda-feira, Maduro ordenou a expulsão de três diplomatas da embaixada dos Estados Unidos sob a acusação de que estavam financiando as violentas manifestações que atingem o país produtor de petróleo.
Dezenas de milhares de venezuelanos saíram às ruas desde o início de fevereiro para protestar contra a inflação elevada, a escassez de produtos básicos e a insegurança, em manifestações que deixaram mais de seis mortos, centenas de feridos e inúmeros danos.
"Obama diz que se deve convocar um diálogo. Então, eu convoco, convoco um diálogo com o senhor, presidente Obama. Convoco um diálogo entre a Venezuela patriota e revolucionária e os Estados Unidos e seu governo", disse Maduro em entrevista coletiva.
O presidente ordenou que seu chanceler, Elías Jaua, inicie as conversações e pediu a Obama que faça o mesmo com seu secretario de Estado, John Kerry.
Os países estiveram perto de conseguir uma aproximação no ano passado, mas os esforços fracassaram com a expulsão de três diplomatas norte-americanos de Caracas. Em retaliação, Washington aplicou uma medida semelhante a funcionários venezuelanos.
Desde 2008, quando o falecido presidente Hugo Chávez expulsou o embaixador norte-americano, os países ficaram sem chefes diplomáticos e com suas relações reduzidas a um nível mínimo.
"Estou disposto a voltar e nomear um embaixador nos Estados Unidos", disse Maduro nesta sexta-feira.
Apesar da retórica afiada entre os dois países, os EUA continuam sendo o maior comprador de petróleo da Venezuela.
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