Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa durante encontro com prefeitos e governadores no Palácio Miraflores, em Caracas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 20h47.
Caracas - Depois de meses de insultos, o presidente da Venezuela e o líder da oposição trocaram nesta quarta-feira um raro aperto de mãos pela primeira vez desde o seu impasse eleitoral do ano passado, em uma reunião sobre a violência crônica que foi convocada após o assassinato de uma ex-miss venezuelana.
O presidente Nicolás Maduro rotineiramente chama Henrique Capriles de "fascista" e "assassino", enquanto o líder da oposição critica seu rival como "incompetente" e "ilegítimo", desde que Maduro venceu a disputada eleição de abril com uma vantagem de 1,5 ponto percentual.
No entanto, eles deixaram as diferenças de lado para se cumprimentarem brevemente durante uma reunião de emergência convocada por Maduro com governadores no palácio presidencial de Miraflores. Capriles é o governador do Estado de Miranda, um dos mais afetados pela criminalidade.
O encontro deles não deve mudar o cenário político, já que os dois permanecem distantes na polarizada nação sul-americana.
O assassinato da ex-miss Venezuela e atriz de novela Monica Spear na segunda-feira abalou o país de 29 milhões de venezuelanos, embora a população sofra há muito tempo com uma das piores taxas de criminalidade do mundo.
"Estou em Miraflores. Irei a qualquer lugar pela questão de segurança dos venezuelanos. Há um clamor nacional para acabar com a violência", disse Capriles no Twitter.
Capriles, de 41 anos, ainda não reconheceu publicamente a Presidência de Maduro, embora suas alegações de fraude tenham perdido força nos tribunais.
Maduro, de 51 anos, havia dito anteriormente que qualquer um que não tenha reconhecido a sua liderança não seria autorizado a entrar no palácio, mas vem mostrando uma atitude mais reconciliatória com a oposição.