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Presidente da Ucrânia tenta novo diálogo sobre crise

Governo propôs um local e um horário no sábado para conversar sobre um cessar-fogo duradouro com rebeldes pró-Rússia


	Separatistas pró-Rússia monta guarda em uma base militar na cidade de Lysychansk, no leste da Ucrânia
 (Shamil Zhumatov/Reuters)

Separatistas pró-Rússia monta guarda em uma base militar na cidade de Lysychansk, no leste da Ucrânia (Shamil Zhumatov/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2014 às 17h34.

Kiev - A Ucrânia propôs um local e um horário no sábado para conversar sobre um cessar-fogo duradouro com rebeldes pró-Rússia e aguarda uma resposta, informou o site da Presidência, enquanto combates no leste mataram 13 militares.

O site não mencionou o local, mas um diplomata ocidental espera que a reunião aconteça novamente na cidade de Donetsk, polo industrial no leste ucraniano onde os rebeldes controlam pontos-chave.

Em um dos piores episódios de violência desde que o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, suspendeu o cessar-fogo unilateral em 30 de junho, o quartel-general da “operação antiterrorista” (ATO, na sigla em inglês) da Ucrânia afirmou que pelo menos 13 militares ucranianos foram mortos nesta sexta-feira.

Mais de 200 funcionários do governo morreram, assim como centenas de civis e rebeldes, nos mais de dois meses de combates nas regiões do leste, onde a maioria fala russo e quer se unir à Rússia.

Kiev afirmou que os militares do país sofreram baixas de francoatiradores perto da cidade de Slaviansk, enclave rebelde e palco de conflitos onde os bombardeios deixaram as ruas esburacadas e edifícios danificados e chamuscados.

O quartel-general da ATO declarou nesta sexta-feira ter recuperado o controle do vilarejo próximo de Mykolayivka após intensos combates.

“No decurso da operação, numerosos terroristas foram aprisionados e um arsenal considerável de várias armas foi tomado”, disse um comunicado no Facebook.

Slaviansk, cidade de 130 mil habitantes, e vilarejos vizinhos vêm sendo o principal alvo da iniciativa militar da Ucrânia para expulsar combatentes leais ao comandante rebelde moscovita Igor Strelkov.

Strelkov fez um apelo emocionado à Rússia nesta sexta-feira, alertando em um site rebelde que, sem a ajuda de Moscou, toda a região que os combatentes almejam, conhecida como Novorossiya (Nova Rússia), irá tombar diante das forças de Kiev.

"Slaviansk irá cair antes do resto”, escreveu.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou a Ucrânia de arriscar a vida de civis inocentes na região. “Pedimos às autoridades ucranianas que cessem o fogo contra alvos civis e áreas residenciais”, declarou.

O comunicado no site de Poroshenko disse que o mandatário informou a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, que Kiev propôs um local e um horário para as conversas de sábado, mas autoridades separatistas insinuaram que o local pode ser um problema, já que líderes rebeldes podem ser presos pelas autoridades ucranianas se saírem dos seus bastiões.

A economia da Rússia pode enfrentar mais sanções dos Estados Unidos e da UE se os separatistas não atenuarem a crise, um problema que o presidente norte-americano, Barack Obama, conversou com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, novamente nesta sexta-feira.

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