Petro Poroshenko: "A Ucrânia cumpriu todos os pontos do acordo de Minsk, e o cessar-fogo foi respeitado desde o início por nossa parte. Os combatentes russos fizeram justamente o contrário" (Valentyn Ogirenko/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2015 às 09h30.
Berlim - O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, se reunirá nesta segunda-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, para propor a prorrogação das sanções europeias contra a Rússia, pelo menos até o fim deste ano, e ainda sugerir um boicote à Copa do Mundo de 2018.
"Acho que devemos discutir um boicote a esse Mundial. Enquanto as tropas russas seguirem na Ucrânia, me parece inimaginável uma Copa neste país", disse Poroshenko, em entrevista ao jornal "Bild".
"Sempre se fala que o futebol não tem nada a ver com política e que é preciso separar as coisas. Mas, como é possível?", completou o mandatário ucraniano.
Poroshenko acusa os separatistas pró-Rússia de violar os acordos mediados por Alemanha e França, que foram assinados em Minsk, em Belarus, no mês passado. O presidente ucraniano cobra nova sanções, ou prorrogação das atuais, devido as várias violações do cessar-fogo estabelecido.
"A Ucrânia cumpriu todos os pontos do acordo de Minsk, e o cessar-fogo foi respeitado desde o início por nossa parte. Os combatentes russos fizeram justamente o contrário", denunciou.
De acordo com Poroschenko, ao todo, aconteceram 1.100 violações a trégua estabelecida. Além disso, os rebeldes, que afirmam terem retirado todo armamento pesado que mantinham na Ucrânia, não permitem que observadores da OSCE façam esta comprovação.
A Copa do Mundo da Rússia acontecerá entre 14 de junho e 15 de julho de 2018. Os pedidos de boicote ao torneio começaram já no ano passado, feito por parte de políticos europeus, também devido ao conflito na Ucrânia.
Recentemente, o volante marfinente Yaya Touré, do Manchester City, sugeriu que os negros também ficassem fora do torneio, devido aos recorrentes casos de racismo no futebol russo.