O presidente interino da Ucrânia, Aleksander Turchinov: "todo o povo ucraniano deve se unir em uma grande família" (Alex Kuzmin/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2014 às 14h40.
Kiev - O presidente da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, pediu nesta segunda-feira unidade ao povo de seu país diante da agressão da Rússia e garantiu que as autoridades farão todo possível para evitar a guerra.
"Todo o povo ucraniano deve se unir em uma grande família. Não é um segredo que o agressor tenta agitar a situação no país. Qualquer ação ilegal dirigida a desestabilizar a situação será considerada como colaboração com o agressor", afirmou Turchinov em mensagem à nação transmitida pelas televisões locais.
O dirigente ucraniano destacou, em clara alusão às manifestações pró-russas nas principais localidades do leste da Ucrânia, que os cidadãos devem "ser responsáveis por suas palavras".
Um dia depois do referendo na rebelde autonomia da Crimeia, no qual mais de 95% dos crimeanos se pronunciaram a favor da união à Rússia, Turchinov disse aos ucranianos que "a ameaça ao país é real".
O presidente justificou assim a mobilização parcial decretada hoje por ele mesmo e ratificada depois pela Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia.
A mobilização parcial, que afeta cidadãos que voluntariamente tenham expressado seu desejo de se incorporar às forças armadas, será realizada durante 45 dias.
"O governo, apesar das dificuldades, encontra meios. Devemos economizar, mas não vamos economizar em segurança", ressaltou o também presidente da Rada, que acrescentou que as autoridades ucranianas farão "todo o possível para evitar a guerra por meios pacíficos".
Além disso, Turchinov manifestou a vontade da Ucrânia de negociar com a Rússia, "mas não se baseando nas armas".
"Não são os russos que nos enfrentam, mas a cúpula do Kremlin. Porque o que mais teme o Kremlin é a próspera Ucrânia que estamos construindo", assinalou.
O parlamento da Crimeia aprovou hoje uma resolução pela qual se declarou independente da Ucrânia e pediu oficialmente a anexação da península à Rússia.
*Atualizada às 14h40 do dia 17/03/2014