Mundo

Assad diz que ataque francês teria "repercussões negativas"

Presidente sírio desdenhou alegações de que suas forças estiveram por trás dos ataques químicos em Damasco

Presidente da Síria, Bashar al-Assad, durante entrevista com o jornal francês Le Figaro em Damasco, na Síria (SANA/Divulgação via Reuters)

Presidente da Síria, Bashar al-Assad, durante entrevista com o jornal francês Le Figaro em Damasco, na Síria (SANA/Divulgação via Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2013 às 18h31.

Paris - O presidente da Síria, Bashar al-Assad, desdenhou das alegações de que suas forças estiveram por trás dos ataques químicos em Damasco no mês passado e alertou que qualquer intervenção militar francesa contra seu governo gerará "repercussões negativas".

O presidente francês, François Hollande, e o presidente norte-americano, Barack Obama, declararam que Assad deve ser punido pelo ataque de 21 de agosto, no qual, segundo os Estados Unidos, mais de 1.400 pessoas morreram, muitas delas crianças.

O governo sírio alega que o ataque foi feito pelos rebeldes, muitas vezes chamados de "terroristas" por Assad, que afirmou que não faria sentido usar armas químicas na área em que suas tropas também estavam combatendo.

"Aqueles que fazem acusações têm de mostrar provas. Desafiamos os Estados Unidos e a França a aparecer com um pedaço sequer de prova. (Os presidentes) Obama e Hollande têm sido incapazes de fazer isso", disse Assad em entrevista ao jornal francês Le Figaro.

"Qualquer um que contribua para o reforço financeiro ou militar dos terroristas é inimigo do povo sírio. Se as políticas do Estado francês são hostis ao povo sírio, o Estado será inimigo", afirmou. "Haverá repercussões, negativas é claro, sobre os interesses franceses." A França apoiou os rebeldes sírios desde o início da guerra que já dura dois anos e meio. O país está preocupado que a escalada da violência possa chegar ao Líbano, onde cerca de 20 mil cidadãos franceses vivem e muitas empresas francesas operam.

Fontes diplomáticas dizem que o governo francês teme que as forças de Assad possam atacar seus interesses no Líbano em retaliação aos ataques ocidentais.

"O Oriente Médio é um barril de pólvora e o fogo está se aproximando", disse Assad, segundo trechos da entrevista publicada nesta segunda-feira.

"Nós não devemos apenas falar sobre uma resposta à Síria, mas o que vai acontecer depois do primeiro ataque. Todo mundo vai perder o controle da situação quando o barril de pólvora estourar." Membros sêniores do Partido Socialista, que governa a França, rejeitaram um pedido da oposição para uma votação parlamentar sobre a possibilidade de realizar uma intervenção militar na Síria, dizendo nesta segunda-feira que parlamentares devem respeitar o direito constitucional do presidente de decidir sobre os ataques.

A entrevista completa de Assad deverá ser publicada na terça-feira.

Acompanhe tudo sobre:Bashar al-AssadEuropaFrançaGuerrasPaíses ricosPolíticosSíria

Mais de Mundo

Hospedado em Copacabana, príncipe saudita preza por descrição e evita contatos; saiba quem é

Israel prossegue com bombardeios no Líbano e em Gaza

Em Buenos Aires, Macron presta homenagem a vítimas da ditadura argentina

Ucrânia denuncia ataque russo em larga escala contra sistema de energia