Presidente da República Centro-Africana (RCA), Michel Djotodia: o presidente de transição atribuiu os distúrbios a "elementos descontrolados" (Joe Penney/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 10h11.
Paris - O presidente da República Centro-Africana (RCA), Michel Djotodia, pediu nesta quinta-feira a seu colega francês, François Hollande, uma intervenção "urgente" que permita devolver a calma à capital de seu país, afetada desde a madrugada por distúrbios provocados por grupos rebeldes.
Em declarações por telefone ao canal francês "BFMTV", o presidente de transição, muçulmano, atribuiu os distúrbios a "elementos descontrolados "anti-Balaka"", fiéis ao ex-presidente François Bozizé, cristão.
"Não é um golpe de Estado, são elementos descontrolados, "anti-Balaka", afirmou Djotodia, que assegurou que os insurgentes querem aproveitar que amanhã começa em Paris uma cúpula entre a França e cerca de 40 chefes de Estado e de governo africanos.
O presidente do país afirmou que escreveu a Hollande para pedir que ponha à disposição da República Centro-Africana "com urgência, elementos que permitam estabilizar a situação" com ajuda dos boinas azuis da ONU.
Djotodia afirmou que a intervenção da França pode ser muito rápida porque há um destacamento do país na República Centro-Africana e que, segundo ele, contribuiu para restabelecer a tranquilidade nas últimas semanas.
Segundo o Estado-Maior francês, mais de 250 soldados franceses estão no país, a maior parte da missão permanente na República Centro-Africana, dedicada essencialmente à proteção do aeroporto de Bangui.
No final do mês passado, França começou a reforçar esse destacamento e a preparar uma missão militar de maior envergadura que está pendente da autorização do Conselho de Segurança da ONU.
O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, informou hoje que a resolução, que permitirá o uso da força, será adotada ainda hoje, o que permitirá o envio da força africana apoiada pela França.